Quando
Entrei com as quatro patas num trampo-roubada. Por que faço isso? Realmente eu não sei.
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Ah, eu sei por quê. Porque preciso pagar meus dentes.
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Aqui ou chove sem parar, ou o sol é um desgraçado. Não temos tempo de ser delicados nesta cidade, nem quando se trata do clima.
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Mas a minha irmã morreu, você sabe. É disso que se trata todo o resto. Ela morreu. Então compro gibis bem caros do Glauco, acendo umas velinhas e espero que o tempo passe para que eu também possa morrer.
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Lixei três portas de madeira para a vizinha e ela me pagou muito bem. Virei uma dessas velhas gordas e grandes, de rabo de cabelo desleixado, mal-vestidas, que fazem esses trabalhos pesados mesmo sem qualquer preparo físico para isso. Na minha cabeça, peso cinquenta quilos e moro numa casa cheia de florzinhas e cortinas de renda. Na vida real, meu apartamento parece um galpão.
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A gente não tem a neurose que quer, a minha mãe me dizia. Tem a neurose de que precisa.
no celular: Against all odds, com Phil Collins]
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