Quando
Se escarafunchei rede social alheia?
Evidentemente.
Pela primeira vez em dez anos, não salvei foto em que W. aparece.
É um jantar na casa de uma das amigas ricas da turma deles.
Essa é uma turma que valoriza suas amigas ricas. Apartamentos lindos e/ou casas na praia são bem-vindos.
À mesa, W. olha para ela. Encantado, quase na defensiva de tão tesudo. Ela, por sua vez — linda, longos cabelos doirados, um manto de Nossa Senhora —, volta seus olhos de Sherazade para B., siderada. Que a encara. Como não poderia deixar de ser.
A foto é um tratado de psicanálise e eu me pergunto se quem tirou a foto foi a alegrinha mulher de AVQ. Se foi, bem, mais do que um tratado, temos toda uma nova sessão da matéria.
De qualquer maneira, voltando ao enlevo de W., não é de se estranhar que a mim seja dedicado seu nojo.
Se volto para casa, depois de ter encontrado um cadáver no tapete alheio, pensando, ainda, em W. e na minha dor?
Evidentemente.
[no celular: O rei de Ramos, cantada pelo Francis Hime. Trecho de Todo o tempo em que permaneci de joelhos esperando por você, de Olimpia Caballer — no prelo]