Os post-its da existência
Os post-its (existe esse plural? seja o que Deus quiser) acumulam-se no móvel de vários andares que inventei de estante em frente ao meu computador. Eles me mandam bolar uma aula de either-neither, descrever direitinho o Fish Night, procurar a trena para saber se as dimensões do meu gaveteiro servem para a cozinha (não pergunte, você não quer saber) e comprar ricota. Eu gostaria que você tivesse post-its bem na sua cara e que eles mandassem você ligar para mim, perguntar se melhorei da gripe, dizer que me ama e que está indo para a rodoviária neste instante – para sempre.
Não se pode desobedecer post-its, todo mundo sabe disso.
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Em 2022

Em 2022, mais Jerry Lewis, menos caretice.
Foi a Vera Guimarães quem se lembrou dessa. ♥♥
Enquanto você ainda sabe o meu nome
Preciso aprender a viver sem você agora que você está falando bastante comigo. Já vi esse filme: triste, sozinho, infeliz, o cara é meu melhor amigo. A vida melhora, as namoradas aparecem, alegria, alegria e eu não valho nem um parabéns pelo livro novo. Foi assim com I. e eu nem era perdidamente apaixonada por ele, ele nem era o ar que eu respirava, eu nem pendurava Chagalls na parede do quatro por ele. Ele era, mesmo, só um amigo distante e, na época, simpático.
Preciso aprender a viver sem você enquanto você ainda sabe meu nome.