Esses filmes de Natal são um festival de mulheres se contentando com pouco e abrindo os braços para homens medíocres.
Falou a imbecil que escreve livro de poesia para o adorável que a informou que te-tes-ta poesia.
Quem sou eu pra julgar essas pobres moças de luvas felpudas.
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É uma vida bem inútil, né? Sem finalidade ou grandes lances. Só cansaço, doces que não posso comer e livros que jamais escreverei.
Ah, e música ruim espalhada para todo canto.
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E essa é a última vez que eu digo que é a última vez. Porque estou cansada de não estar contente, sabe. E não tem mais desculpa, nem pra você nem pra mim. – é a Nepomuceno me estraçalhando o peito, como sempre.
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Estou arrumando a cozinha para você. Que jamais virá. Se isso não for a coisa mais demente de que já se ouviu falar, nem me diga.
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É quase inverno em dezembro e eu não deveria estar reclamando, não.
Eu era exigente. Sou, dizem. Mas tem uma jovem de luva felpuda abrindo os braços não para o pouco ou para o muito, mas para o aquilo. Que não veio, não vem, não virá. Embora pareça que sim e as pessoas me digam que eu choro de barriga cheia. Mas o oco no peito faz eco.
Não,, não veio. Não virá. Vou jantar mingau, dormir enroladinha e acreditar no Drexler, que diz que vai passar.