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Tesla, coentro, telhado, pudim

To be on the table, aqui, na minha tradução, cabe estar em jogo. Quem não ama essa língua está louco. E a tip-of-the-hat? Fofo demais.

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Eu devia me assustar, mas minha degeneração me fascina. Gasto um tempão prestando atenção aos menores detalhes de cada nova treta, manchinha, sombra. Hoje no posto, ficamos lá do lado de fora, um sol imbecil, a claridade refletida num paredão braco e eu fascinada com novos riscos e espiraletas mudando de lugar. O suicídio não é um ato único, é um estado de espírito.

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A Suzi vive me dizendo fica fria. Minha particular Tom Jobim.

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O mundo lá fora é um lugar horroroso. Evite, sempre que possível.

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Quando ficou rico, Tesla passou a usar kid leather gloves.

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Eu comeria um pudim inteiro sozinha hoje, chorando porque a infiltração no meu telhado vai ficar um negócio inacreditável para pagar.

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Rebote da terceira dose? Trabalhamos demais.

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Coentro, você não precisa existir em minha vida. Por favor, vá embora.

dia 25

Foi um Natal de perdas – um dia, alguém me ensinou duas coisas: que não existe amor sem ressentimento e que todo Natal é de perdas porque, ao longo do ano, qualquer ano, são muitas e definitivas as promessas não cumpridas, os caminhos que não podem ser retomados, as histórias não concluídas, ou, meu Deus, dolorosamente concluídas. Foi um Natal de perdas porque é delas, sempre, quase sempre, sempre, sempre, que a vida é feita.
Foi um Natal de sorrisos também, mesa finalmente instalada na cozinha, garrafas – quase todas – no lugar, grande parte das prateleiras presinhas às paredes e a manutenção, para a alegria dos fãs do esporte, do mistério caberão as prateleiras de detrás da mesa realmente detrás da mesa? Tcharãããããã. Aguardem o episódio A volta do querido sr. Andrade.
Foi um Natal de perdas, de arrumação, de chester ao molho pesto (faça, é maravilhoso), de vinho finalmente bebido em taças lindas e antigas, de muitas desistências, de algumas fichas caindo e esmagando meu peito, de saleiro&pimenteiro de papai-noel-e-homem-de-neve, tradução do livro, ventilador, chocolates da Ana Paula, ricota defumada, café com leite no copo mais lindo, ah, e garrafinhas de azeite postas no lugar, quase que não-para-você.

Somov, prateleira de livraria, o ministério de Dolores Umbridge, você adora uma calhordice, existe alguém mais burra do que eu?

Lovers, 1933 – Konstantin Somov, russo (1869-1939)

Olha, a Vale fazendo propaganda das cestas-básicas que distribui. Deus de misericórdia.

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Diz que começou ontem a consulta pública do Ministério da Saúde desse governo inominável, a respeito de vacina. Imbecis de toda sorte dizendo se são “contra” ou “a favor” da vacinação das crianças de cinco a onze anos contra a COVID. O ministro da Saúde que, até onde se sabe, tem diploma de medicina, disse que espera o resultado da consulta pública para incluir ou não a vacina no PNI.

Às vezes eu acho que tou só num pesadelo, mas daí me lembro que aquele escroto foi eleito e desacredito, de novo, da humanidade.

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Uma história inventada para que ela se sinta melhor a respeito do que não tem.

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Há todo um braço da literatura atual que não é exatamente autoajuda, é uma espécie de literatura-upa-lá-lá, um literatura feita para você se sentir linda e fresca, com a pele boa e cheia de esperança, histórias-fofas-e-catitas-sobre-como-viver-bem-e-tal-e-tal-sua-fofita. Sinto muita inveja de quem escreve esse tipo de coisa. Deve ser uma delícia de fazer. E deve vender. Já perdi tantos bondes na minha vida, eis que perco mais este.

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Guardei uma história para contar a você caso, um dia,você volte a falar comigo.

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Como o Thomas Edison era calhorda, meu Deus. Os calhordas sempre, sempre, sempre se dão bem? Se ele fosse uma mulher e estive entre nós, você gostaria de passar o Natal com ele lá na casa da sua mãe, você comendo bacalhau, ele não dando a mínima para você, você feito um imbecil. Olha, certeza.

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Ela sonhou, por longas semanas, com esse Natal. Ele se materializaria no portão com as roupas numa mochila. Filmes demais, roliúde demais, vinho demais, falta de consciência e, sabemos, dum espelho. Mas ela sonhou com isso e não se envergonha. Um pouquinho, talvez.

Vem cá, meu bem

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Águas Passadas