por Andréia Pontes
No Dia do Trabalho, um feriado, mas com agenda cheia – protestos nas Filipinas, Coreia do Sul, Taiwan, Indonésia e Turquia. Na esfera internacional, decisão equivocada da reitora da Universidade de Columbia, Nemat Minouche Shafik em relação aos manifestantes a favor da Palestina. A reitora ameaçou os manifestantes, chegou a suspender alguns. A Polícia interveio, alguns estudantes foram presos, mas as manifestações se espalham pelos EUA. E isso pode custar caro ao Joe Biden, principalmente com as eleições vindo por aí.
No Brasil, as manchetes confundem a gente. Você tem a chamada falando que a taxa de desemprego subiu; na outra, que caiu. Como assim? Na verdade, a taxa no primeiro trimestre ficou em 7,9%. Significa que é a menor desde 2014. Já se comparado ao trimestre entre outubro e dezembro de 2023, ela tem uma diferença de 0,5% para mais. Sobre diferentes chamadas sobre um mesmo assunto, tem gente muito boa que fala sobre isso, a exemplo da Letícia Sallorenzo, que está concluindo um doutorado somente analisando discursos e narrativas no Jornalismo. Procure por Gramática da Manipulação, pesquisa sobre George Lackoff e siga a Letícia para mais dicas.
São 30 anos sem o Ayrton. Naquele 1994, assistia à corrida com meu pai. Lembro da voz do Galvão ao dizer que Senna bateu forte. O tom foi ficando sóbrio, aqueles minutos intermináveis sobre o que havia acontecido e o inacreditável aconteceu. Eu lembro do estado de negação meu e do meu pai. Não pode ser. E aqueles dias seguidos do enterro, do Alain Prost no Cemitério e tantas figuras importantíssimas da F-1. Os domingos não mais foram os mesmos. E não é frase comum. Pesou para os ombros de Rubinho, de Massa. E, hoje, sentimos falta daquelas loucuras na pista em dia de chuva, naquelas brigas entre pilotos, naquela histórica vitória exaustiva em Interlagos, em que Ayrton veio no braço, superando um problema no motor da McLaren.
Alheios a tudo isso, fãs de Madonna lotam a calçada do Copacabana Palace. Narcisa está com megafone, como boa súdita da rainha, gritando por ela. O comércio do Saara, no centro do Rio, vende copos, sutiãs icônicos, garrafinhas, tudo o que você imaginar. Um surto coletivo é esperado ainda hoje, na passagem de som. O dia 4 não será o mesmo, há quem diga que a Terra só está aguardando esse show para anunciar a nossa expulsão do planeta.
Desculpe quem não é carioca, mas só o Rio proporciona essas experiências únicas.
No pasa nada, cariño.