Querido Paulo, com seu texto do arroz em mente, que foi muito sério para mim, depois da aula da Silvane eu lavei um cacho de uvas verdes, botei sal e azeite nele e botei no forno. Daí eu bati um ovo com duas colheres de aveia não muito cheias, sal e leite para dar liga e botei na frigideira pequena. Dei aquele balancê no pulso pra ela chiar dum lado e do outro. As uvas lá, no formo. A Miminha, a mais friorenta das gatas, cola no forno quando ele tá aceso e eu quase tropecei umas três vezes. Sim, Paulo, tava 31 graus hoje, mas ela é doida. A gente já acostumou. Daí botei o bolinho de frigideira num prato e cobri aquele creme de queijo que na verdade é feito com iogurte por cima, sabe qual? e, por cima, as uvas. Sal e azeite e pimenta calabresa e almocei no mais absoluto silêncio olhando a gata (a outra), dormir. Dei aula a tarde toda, mas além disso, eu também fiquei pensando, o que é uma coisa muito ruim de se fazer, não importa se a pessoa está ou não trabalhando. Que também é uma coisa ruim de se fazer.
2023\11\22