por Andréa Pontes

Mário de Andrade e São Paulo, que, assim como todos nós, é um eterno desvario
A gente não se dá conta da quantidade de coisas que fazemos. Todos os dias. Nem sempre tudo igual. O noticiário é a prova disso — vamos de Abin paralela à traição de jogador de série B com a Iza (a Iza!!!) em minutos. Faz a gente até se desacostumar no momento da pausa.
Por vezes, o tempo vai passando, os minutos, os segundos. E mais um dia se vai. Muitas (muitas, mesmo) vezes é porque não queremos olhar os detalhes. E até a nossa avó já sabia que o diabo mora justamente neles.
O tempo e a vida. A vida e o tempo. O que fazemos com os dois é um mistério. E a grande ligação é o autoconhecimento. Um palavrão, convenhamos, meio banalizado. Mas a gente se conhecer é tão, tão básico, essencial e deveria ser o óbvio. Afinal, estamos conosco (sim, a construção poderia ser melhor) 24 horas por dia. A gente mesmo. No final do dia, é isso.
Parando por reflexão, necessidade ou por não ter outro jeito, começamos a falar sobre isso. Sobre nós mesmos. Essa porta abre para mexer no que não serve mais. A aprender que não temos que… nada. O “tem que” é pesado demais.
Engraçado que os afazeres do dia a dia passam num piscar de olhos. Mas, já são quase cinco da tarde e o texto não está pronto! Eu não fiz nada do que estava programado hoje, só apaguei incêndios! Agora, vai falar de trabalhar algo interno? Leva tempo.
Resolve? Nem sempre. Por isso, dá vontade de continuar correndo por aí. Quando paramos, por cansaço ou pelas circunstâncias alheias à nossa vontade, a gente volta.
Assim é a vida.
Corrida e lenta. E, sim, o ócio também é ação.