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Pedra bruta: Roda viva

dia do amigo é todo dia

Detox do aparelho celular. Recomendo. Dias que parecem começar tortos. Não recomendo. A hidroginástica vai para o espaço, a consulta médica é desmarcada. O café da manhã ocupa o almoço. Um carro enguiça na saída do estacionamento. Faz calor. Você, no final da faringite, clama por um ar-condicionado. Depois, pelo edredom. Perde-se a hora do dentista.

Mais um dia.

Ou é a vida, em seu pleno curso, exigindo-nos mais flexibilidade. Mais? A gente que lute. Nem sempre, estamos a fim disso. Cansa. Às vezes, é se entregar e, por mais que a gente não queira admitir, é a vida em si, no controle. E o nosso controle? A responsabilidade em se encarar no espelho e concluir – sim, é tudo nosso.

A inspiração não vem. É a vida por ela mesma.  Difícil a gente concluir que não tem bom ou ruim. Que é rodrigueano, a vida como ela é. É ok não estar ok. Não há culpas. Há compromissos. O leme é seu, parceiro, de mais ninguém.

O sol está lá fora, querendo você ou não. O frio e a neblina paulistanos. A pane do sistema pelo mundo – menos a Rússia. O terremoto no Chile impactando prédios em São Paulo. Não há nada que você e eu possamos fazer a respeito. Apenas respirar. Não há porquês, questionamentos. É o que é. Como as aulas de Filosofia da faculdade que fingíamos entender. Hoje, dou valor ao mantra o ser é aquele que é. Ser, existir, é complexo.

Há dias que a gente pensa não, obrigada, passo. Chico Buarque, o octogenário, o sempre sábio. A Roda Viva vem nos consolar e dizer que é isso, está tudo bem. A música nos representa e nos faz normais no que sentimos.

A gente quer ter voz ativa. No nosso destino mandar. Mas eis que chega a roda-viva. E carrega o destino pra lá.

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