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Pedra bruta: Números viram fumaça no país da guerra de notícias

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por Andréa Pontes

Ontem à noite, o mundo quase parou para assistir Donald Trump e Kamala Harris. Kamala, debutando em debates. Trump proferiu o de sempre. O que chama a atenção é o bastidor da comunicação. Kamala treinou. E muito. Treinou em fusos horários diferentes. Trump, embora não seja oficial, também. Ambos simularam perguntas difíceis, preparando-se para o pior. Para, justamente, serem melhores. Algo bem normal no ambiente da comunicação. Algo muito estratégico, que, sim, define votos. Imediatamente após o debate, Kamala conseguiu o apoio de ninguém menos do que Taylor Swift, uma das mais famosas cantoras no mundo. São milhões de votos. Então, ser rápido, não perder a chance de se posicionar, sem entrar no jogo do adversário são fundamentais. A expressão facial foi um dos destaques e Kamala utilizou a ferramenta muito bem. Risos, mão no queixo. E isso afetou o oponente. Trump sentiu e foi notório como ele perdeu a estabilidade ao longo do debate.

Posicionamentos e modos de comportamento não são determinantes apenas nos Estados Unidos. Estamos recém-chegados do Dia da Independência. Um fim de semana para lá de quente, começando com a demissão do Ministro Sílvio de Almeida, na véspera. O Dia da Independência envolveu manifestação dos aliados ao governo federal anterior. Algo que exibiu desentendimento entre os próprios aliados. Rendeu cortes nas redes sociais. E a repercussão de que o evento foi mais esvaziado do que o anteriormente realizado em fevereiro deste ano. No entanto, ainda temos um mundo polarizado. É só ver o empate técnico de Trump e Kamala, entre Ricardo Nunes, Guilherme Boulos e Pablo Marçal, nas eleições municipais de São Paulo.

No meio desse noticiário sem paz, Flávio Dino, o ministro do Supremo Tribunal Federal, chama todos à realidade. Não é momento para votação para anistiar golpistas do 8 de janeiro. Não é o momento para ficar adiando votações da reforma tributária. O País está em chamas – literalmente. São 12 estados afetados. Um céu cinzento e esfumaçado ofusca os bons índices da economia. O setor de serviços cresceu 1,2% em julho. Só um aperitivo de uma economia que prevê um Produto Interno Bruto maior, apesar das conjunções adversativas do mercado. Até ele – o mercado – admite que as coisas vão bem e o ‘mas’ reside nos gastos do Governo.

A comunicação tem sido deixada de lado em momentos decisivos e tem decidido e muito outras situações. É importante demais ter atenção a isso. Ainda mais em um País que vai da prisão da influencer e advogada Deolane Bezerra a denúncias de assédio sexual chegando ao Palácio do Planalto. Isso porque, há exatos 23 anos, acreditávamos ter chegado ao fundo do poço com o ataque às Torres Gêmeas.

Aqui, definitivamente, não é terra de amadores.

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