por Andréa Pontes

voltar para casa
Quem disse que janeiro é longo, acertou. Não só no bolso, com IPTU, IPVA, material escolar e a fatura do cartão de crédito com as indulgências do mês de dezembro. Em janeiro de 2025, Donald Trump assumiu a Casa Branca. Com isso, medidas que estão dando o que falar mundo afora. Deportações de imigrantes considerados ilegais estão entre os fatos mais noticiados pela imprensa. Porém, o assunto que realmente dominou o mundo foi a DeepSeek chinesa, mostrando que com menos custos é possível uma Inteligência Artificial acessível. O que se viu foi um boliche de US$ 1 trilhão em perda de ações em Bolsa de Valores, tendo como alvo as grandes empresas de tecnologia dos Estados Unidos. E como o roteirista não vê limites, os Estados Unidos vivenciaram um dos piores acidentes aéreos – uma colisão entre um avião com 64 passageiros e um helicóptero do Exército norte-americano.
Aqui no Brasil, temos, em pauta, a alta dos preços de alimentos. O presidente Lula e o Ministro Fernando Haddad estão conversando com diversos setores da Agricultura e da Pecuária, desde ministros, secretários e órgãos a exemplo do INCRA – Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária, além do Movimento dos Sem-Terra. Em pauta, uma questão essencial, que afeta a todos. São complexos os motivos. Desde a alta do dólar sistemática ao final do ano, passando por situações específicas. Por exemplo, o óleo de soja sofreu um aumento superior ao do azeite, acima da casa dos 15%. Motivo: a Ucrânia, um dos maiores produtores de óleo de soja no mundo, está em guerra com a Rússia há quase três anos. A soja também é protagonista quando o assunto é reduzir os combustíveis fósseis.
Não é fácil navegar em mares tão revoltos. Há uma guerra em curso. Narrativas, polarizações dão o tempero. Os verbos do noticiário estão mais duros. É um choque de interesses. Assim é a História. E nesse choque de polarizações, pode-se devorar um dos lados. Extremos nunca foram bons conselheiros.
O que vale, disso tudo, é ver reféns sendo libertados e os palestinos voltando finalmente aos escombros de suas casas. A mais pura resistência ao que o homem faz de pior – guerras e matança. Do lado palestino, ao menos 46 mil mortos. Outro símbolo é o filme ‘Ainda estou aqui’, ganhando o mundo e a mensagem principal de contar a gerações mais novas que ditadura não tem glamour algum. Nessa mesma semana, foi relembrado o estrago do Holocausto, com os poucos sobreviventes relatando os horrores vivenciados. Horrores que fizeram milhares de alemães irem às ruas para combatê-los. E, no Brasil, ficarmos estarrecidos com bandas de rock neonazistas surgindo.
É a guerra. Em meio a isso, os efeitos dos extremos chegando por meio dos temporais, mostrando que questão climática não é brincadeira.
É preciso ter força. E atenção. Sobretudo, a de ler as entrelinhas.