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Diário de um mundo que acabou: couve, imã, notas dissonantes, o milagroso remédio da Andréa, lavanda para os lençóis

Couve. Imã. Documento. Sempre. História. Mitocôndria. Dia. Caminhão. Mundo. Júpiter. El Bulli. Primeiro.

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Nós, as véia, espargimos água de lavanda nos lençóis todo santo dia. Porque fazer a cama é um ritual e nós amamos rituais. Precisamos deles.

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Acho que você nunca ficou tanto tempo sem falar comigo, babe. Não, emoji não conta, não, que você não tem dez anos.

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Ver televisão com a minha mãe é ouvir coisas como “Que coisa, essa moça é linda e tem uma metade do rosto tão diferente da outra…”

Olha.

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Comprei o dvd de Logan. Culpo a pandemia. Meu texto sobre o filme está pronto (o que, uns quatro anos depois?), mas ainda preciso assistir mais uma vez. Ou duas.

Um dia haverei de aprender a baixar filmes e daí cês vão ver só.

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Óculos, tiaras, brincos, vozes gravadas, copos de vinho, as pílulas milagrosas da Andréa, lasanhas de berinjela, gatos [agora todos castrados], aventuras muito loucas da pesada pelo maravilhoso mundo da arrumação de livros, aulas sendo preparadas com precisão alemã, unhas crescendo lentamente, tortas de frango, plurais, plurais, plurais e solos de guitarra que certamente me conquistariam, criatura fraca que sou.

2 comentários em “Diário de um mundo que acabou: couve, imã, notas dissonantes, o milagroso remédio da Andréa, lavanda para os lençóis”

  1. Sentei, myga, desculpa. E nem foi com elegância, me joguei no seu sofá. Tento me convencer de que não tenho culpa, você falou ímã. Ou escreveu. Enfim. Tirei todos da geladeira (tantos que eu tava vendo a hora mudar o centro de gravidade), pesquei alguns e coloquei de novo só pra não deixar a bichinha nua, guardei os outros pensando: mesmo na pandemia vou encomendar uma chapa/placa de aço, pregar na parede da sala e enfileirar as lembranças. Liguei pra empresa que mexe com esses bagulhos. 400 dinheiros. Ainda estaria rindo histericamente se não houvesse tanto pra chorar, todo dia. Mas fiz lindos e fofos bolinhos. E bebi vinhos. Eu não arrumo a cama, sou uma bárbara. Dobro lençóis, estico os panos. Hoje morreu o senhorzinho de tantos filmes meus. Mas não é de Mississipi em Chamas que eu vinha lhe falar, mas de A Matter of Life and Death e Os Sapatinhos Vermelhos (você cutucou um monstro, sabia?).

    1. cutucar monstros parece ser minha unica especialidade. meu sofá é seu, vou lhe trazer uma manta. em breve, mais um prefácio para você escrever, oh, musa do meu fado.

      (“Em breve” é otimismo meu, mas, enfim, qrr ano desses.)

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