Um livro é o fim de um ciclo – ainda que seja o começo de uma nova fase. Ninguém precisa de mim para dizer isso.
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Deixe-me dizer, porém, que um livro pode ser, também, um adeus. Não necessariamente a alguém ou a algum lugar, mas a uma ideia, uma fantasia, uma esperança, um suspiro.
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Meus livros, para o bem e para o mal, são despedidas.
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Repeti, elaborei, repeti, elaborei, repeti, elaborei, repeti, elaborei, repeti, elaborei, botei no papel, adeus.
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Um livro – um livro meu, sejamos específicos – pode ser, e quase sempre é, um adeusinho. Nunca um “até logo”, nunca fui mulher de atés logos (o que é uma pena). Dou adeus e fecho a porta (e queimo a ponte e taco o rei no chão e rasgo seus postais e deleto seu número).
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Livros para mim são o fim, não o começo. Meus livros são minha plaquinha de “isso acaba aqui”. A história, a ideia, o caminho, o mundo. Meu mundo.
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Meus livros são meu fim e talvez seja por isso que eu demore tanto tempo escrevendo cada um deles.
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Acabou.
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The end.