por Raquel Azevedo
Querida Carol, mais um dia do lado avesso. A tempestade me acordou, acho eram 4 da manhã, e eu não dormi mais, e ainda por cima trouxe o tumulto para dentro de mim. Outro dia você falou das pessoas que atravessam a vida como alecrim dourado. Eu era uma delas, super mulher, a fodona, diferentona, a mais-mais. A primeira vez que não consegui algo que queria eu tinha quase 28 anos. E aí né. Não passa. Como a gente diz lá em Minas, atrás de morro, vem morro. E às vezes cada um mais alto que o outro. Eu não sou de reclamar e nem de ver copo meio vazio, mas essa semana, esse tempo todo desde que meu pai morreu está foda.
Mas olha, teve uma gatinha invadindo meus livros, então não está tudo perdido.
Não está tudo perdido e nunca estará. O alecrim dourado só foi descansar… apenas descansar.
Um alento, visto por essa perspectiva. Beijo, querida 🩷
♥️ Querida, o luto é uma coisa muito maluca… Ficamos tempos em paz, com a vida quase normal, e de repente, “do nada”, somos arrebatadas por uma avalanche de tristeza e saudade… Talvez signifique que os que amamos vivem bem vivos mesmo dentro de nós, e talvez talvez eles também sintam saudades e queiram se conectar conosco intensamente, de tempos em tempos…
Isso mesmo, Cris. Vai e vem, sem o menor aviso.