Eu leio, acho a conversa incrível, mas não sei o que dizer pra participar. Acho que porque minha vida é muito diferente da vida de todo mundo que eu conheço, não tenho assunto. Não escuto os podicastes, não acompanho as novidades, não gosto de nada, não tenho energia. Alguém me manda um linque duma “série incrível do ispotifái” e eu só gemo. “Esse podicaste de crime, de casa malassombrada, de amor, de esperança, de autocuidado, Fal!”, e nem sei por ronde começar. Ando na beira do ataque de choro, todo o tempo. Neste exato momento, se eu não estivesse segurando para caralho, tava tendo uma crise de choro. Outra.
Fui explicar pra alguém porque acho horrível a ideia de ter determinado livro sob a bandeira da minha editora e quase, mas quase mesmo, chorei.
Estou exausta.
Existem maneiras de resolver isso, eu sei, mas a logística é tão complicada. Sites (geralmente norte-americanos) oferecem alguns caminhos, mas é tudo complexo e demanda providências que não sei alcançar.
Nada me alivia. Estou exausta.
Vida diferente demais da de todo mundo: sinto que tenho. Não só no hoje, mas no desde sempre. Não li as mesmas coisas, não fui aos mesmos lugares, não conheci as mesmas pessoas, artistas, referências. É engraçado que a rede me trouxe o mundo todo, me trouxe tanta gente, mas quase toda a gente é outra gente não é a minha gente, sabe? não é meu vizinho nordestino. daí que eu não tô em casa nem em casa nem flanando. nunca mais espelho nem ninho, suspeito.
Daí eu choro em gargalhadas – mais uma coisinha que me deixa de fora.
Eu me sinto sem ter pronde ir.
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