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Sem lero-lero

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por Andréa Pontes

Ainda recebemos cartas (foto de A.P.)

Faço o texto ou não? Noite mal dormida, pé na estrada. Um ano cansativo.  Saldo bom. Coisas surpreendentes para o bem e para o mal. Nesse clima, será que eu quero assistir a doce Sandra Annenberg falando do 8 de janeiro, da morte da Glória Maria, das mortes de inocentes na guerra Israel x Hamas, Javier Milei firmando a extrema direita na Argentina, Donald Trump com acusações?

Bom mesmo é ver Rebeca Andrade brilhar, sob a empatia por um pódio de mulheres pretas, com Simone Biles. A melhor do mundo sorrindo por ser superada pela nossa Rebeca. Sem falar da fadinha Rayssa Leal, ganhando todas no skate em plena adolescência. E Bia Hadad, trazendo o tênis brasileiro de volta ao radar do País. A Copa do Mundo Feminina, em que vemos Marta, respeitadíssima por todas as seleções. E o que dizer do Renan, entregando o cargo com a missão cumprida: os meninos do vôlei brasileiro a caminho de Paris. O mesmo com o brilhante Zé Roberto, junto com as meninas, também carimbando passaporte aos Jogos Olímpicos de 2024. Já no futebol, as brabas do Corinthians confirmando a Libertadores. Assim como o Fluminense, de Nelson Rodrigues.

O ano se vai. Chega o Carnaval, mas não chega o Ano Novo. Estamos cansados, tem o calor excessivo – 40 graus como novo normal. Videntes e astrólogos nos falam sobre quem vai pelo divórcio, quem se casa, que banho a gente tem que tomar. Angustiante se estamos fazendo tudo que é certo.

O Natal se foi. Nunca o simples foi tão bom. Enquanto há barulho lá fora, ficar de boa, dar uma virada na cabeça, na mente. Dormir quando o mundo não espera por isso. Dar uma perdoada. A si mesmo ou a si mesma. Fazer o que é possível.  Assustador ver tanta gente perdendo para a depressão. A cabeça dá uma esquentada, o estresse está aí. A que preço?

A gente precisa deixar pra lá. Devolver o que não é nosso. E lutar pelo que é nosso, por direito.

Não tem momento certo. A hora é a que estamos prontos.

Leveza. Leveza. Pelo menos por quatro dias.

Me cansei de lero- lero. Dá licença (…) eu quero mais saúde. Eu vou é cuidar mais de mim. (…) enquanto estou viva, cheia de graça, talvez ainda faça um monte de gente feliz.

Obrigada pela companhia. Até 2024.

Feliz Ano Novo.

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