Se você estivesse aqui, ainda que virtualmente, pelo aplicativo do celular, se você quisesse estar, eu lhe diria sobre o dia que tive e o que não pude ter e lhe perguntaria acerca do seu. Foi bom? Divertido? Alguém o tratou com gentileza, bondade até? O que você almoçou? O que viu da janela do ônibus, o respondeu na discussão? Se você estive aqui, se quisesse estar, eu lhe diria da cicatriz. Do e-mail. Da aula. Dos nãos em quantidade abissal que escutei aqui, ali. Eu lhe diria São onze e meia da noite, vamos fazer uma sopa? Se você estivesse, se tivesse querido ficar, se tivesse a paciência, o desejo, a maturidade, o brio, a coragem eu lhe diria que comprei a pasta de dentes que você adora, que não encontrei seu desodorante e lhe contaria que a recepcionista do hospital que me encaminhou para a consulta parecia a freira daquele seriado, lembra? Eu lhe diria que chove ainda, mas o ar cheira a pão e você me falaria a respeito do… Ah, do que você quisesse me contar. As fotos do domingo teriam outro sentido e seriam vistas com outros olhos, porque estariam noutro contexto, o nosso. Se você tivesse ficado, tivesse escolhido, escolhido aqui, me escolhido. Se você.
insira aqui seu palavrão se ao ler isso você sentiu como se tivesse tacado o dedão na quina do pé da mesa. Pior, tacado o coração na quina do pé da mesa.
hahahhahahaah