por Andréa Pontes
O caos
O tema é um só: Rio Grande do Sul. Há outras notícias, mas o estado sulista ocupa lugar único. É o nível máximo de uma crise: vidas, patrimônio impactados, repercussão máxima. Nessa cena de guerra – pela sobrevivência – a solidariedade do brasileiro e o ESG são os temas mais relevantes para serem falados.
Pessoas ajudando. O brasileiro tem isso no DNA desde sempre. Em tragédias, é algo que não surpreende. E isso é bom. Assim foi com as chuvas no sul da Bahia, com a cidade de Petrópolis, entre outros infortúnios. E assim está sendo com o Rio Grande do Sul. O brasileiro vai e doa o que pode. Se é um real, se é uma garrafa de água. A dor do outro importa.
Meio Ambiente. ESG – Environmental, Social, Governance (Meio Ambiente, Social, Governança) está escancarando que empresas, governos e sociedade estão muito lentas para cuidar destas siglas. A questão climática vem sendo denunciada há tempos. Organizações vêm se movimentando. Temos discussões globais – COP-15, recentemente. O Brasil sediará, em Belém, o COP-30, em 2025. Em todas as conferências, indicadores, pautas, tudo é sobre como diminuímos a temperatura do planeta. A causa está no que o desenvolvimento econômico afetou o meio ambiente. Desflorestamento, construções sem pensar no impacto ambiental, poluição do ar, das águas, contaminações. E essa corrida contra o tempo.
Até 2030, precisamos garantir uma gestão mais sustentável em todo o planeta. Para isso, foram criadas 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), a exemplo de erradicação da pobreza, educação de qualidade, igualdade de gênero, energia limpa e acessível, redução das desigualdades, cidades e comunidades sustentáveis. Ou seja, para alcançarmos sustentabilidade, precisamos calibrar o meio ambiente, o social e a governança. Para que nós e gerações futuras tenhamos o mínimo de dignidade para viver.
Aí, a gente vê exemplos diários de pobreza, educação sem qualidade, energia poluente, desigualdades escancaradas. Pouca atenção ao meio ambiente, embora o tema seja amplamente discutido. Faltam a-p-e-n-a-s seis anos para cumprir as metas de ODS. A gente brinca que o fim do mundo chegou. Que a Terra já está com as nossas malas prontas. Mas, bom humor à parte, precisamos agir.
O Rio Grande do Sul escancarou aos brasileiros e ao mundo que a questão climática não é notícia falsa. Que o meio ambiente, a sociedade e como pensamos sobre governança, se não forem bem cuidados, acabam com um estado. E que, para remediar, para reconstruir, serão anos pela frente. O que aconteceu com o Rio Grande do Sul pode acontecer a qualquer outra região no Brasil e no mundo.
Se ainda tem alguém que não está entendendo o recado, não sei o que poderia ser mais explícito.