Presente que chegou de longe
Entra ano e sai ano, a gente ainda precisa repetir algumas lições. E o que a economia e a política têm a ver com isso? T-U-D-O e mais um pouco.
`Século XXI e temos dois conflitos. Ucrânia x Rússia – o estopim foi a Ucrânia se movimentar na direção da OTAN e dos Estados Unidos. Reacendeu na Rússia o resgate à antiga União Soviética. Aquele mal-estar entre países vizinhos. Exceção da Hungria, onde um governo de ultradireita é dominante. O mundo apreensivo. De um lado, os fertilizantes russos, do outro, grãos exportados pela Ucrânia. Efeitos desastrosos pela Europa e mundo afora.
O segundo conflito – Hamas x Israel – o sequestro de dezenas de israelenses deu início a uma guerra. Semanas e semanas à espera de um cessar-fogo. Alguns reféns liberados, milhares de mortos – incluindo mulheres grávidas e crianças. O que é mais do que certo: o ódio promete perdurar por gerações futuras.
Nos Estados Unidos, na Argentina, no Brasil e em muitas outras nações, a polarização. Lados opostos e intensos, todos brigam, famílias se separam, redes sociais cercadas de lacrações e destinos de países sendo moldados por essas oposições.
Nesse 2023, o Brasil foi dando passos. Aprendemos que o mercado, quando satisfeito, fica surpreso. Mas, sempre há ponderações. É difícil agradar todo mundo. Há meses em que a conta de luz sofre menos, mas o arroz sobe no preço. Equilíbrio é tarefa árdua. Essa promessa de gastar menos, arrecadar mais não é tarefa fácil. Se para nós, pobres mortais, o cobertor sempre deixa os pés para fora – leia-se o cartão de crédito, a viagem tão desejada, o material escolar – o que dirá um governo?
E, aí, olhamos aqui para o nosso Brasil. Ainda há fome. Ainda temos uma educação desigual e pouco inclusiva. Muita gente sem emprego. Muitas empresas que não chegam ao segundo ano de existência. O Governo prepara mais planos de ações para escolas integrais, para o déficit zero nas contas públicas. E, como se a questão climática já não nos desse aquecimento suficiente, teremos eleições municipais. Não é nada, não é nada, chegaremos aos 30 anos de Plano Real em 2024. E trouxe uma moeda para ficar. Hoje, 1 real equivale a 166 pesos. Lá, o presidente Javier Milei vai cortar cinco mil postos de trabalho público. Sindicatos já falam em greve geral.
As dicas ao próximo ano continuam as mesmas – caneta na mão, números no papel e atenção ao noticiário – tudo bem, nesses dias, é possível dar uma distraída – mas, volte logo, porque 2024 a política e a economia seguirão na velocidade máxima de 2023. Já teremos janeiro com material escolar, IPTU, IPVA e os arrependimentos estampados na fatura do cartão. Será briga por juros baixos, por votos, pela comida no prato, por emprego. Serão empresas mirando satisfazer consumidores cada vez mais exigentes, com cautela na hora de tirar o escorpião do bolso, com medo de mexer no sagrado dinheiro suado. A mistura de gerações, os mais novos que não querem ter carro, muitos jovens sem trabalhar e estudar por falta de oportunidades. Muitos 50+ preocupados, muito empreendedorismo.
Em meio a isso, uma humanidade atenta ao ESG – Environmental, Social and Governance – Meio Ambiente, Social e Governança. Menos é mais. Um mar de fakes e uma busca pelo que é autêntico. E uma Inteligência Artificial que fundamentalmente demanda ser bem compreendida e muito bem utilizada. A tecnologia continua pedindo passagem, a Ciência evolui a olhos vistos, mas há pandemias à vista, dizem os cientistas. E uma saúde mental atordoada, sinal vermelhíssimo para mentes e corações humanos.
Tem muito ainda a acontecer.
Fé na vida, cautela nos gastos e força na peruca. Tão importantes quanto lentilha, uvas e pular as sete ondas para um feliz ano novo.
Melhor retrospectiva ever.
Tá tudo aí, e mais um pouco.