por Andréa Pontes
Amigo é coisa para se guardar. E é tão bom quando cultivamos carinhos. Pode demorar um tempo, mas sempre os reencontros são vivos, com amor, com algo que invade coração e alma. Assim, mesmo em rotinas insanas, cultivar isso não tem preço.
E, há um ponto a mais. Nesse mundo tão vazio de sentimento, homens matam mulheres, crianças, onde vemos corrupção, mentiras, esquemas para se dar bem, o passar por cima do outro, enfim, esse rosto que temos em sociedade e que queremos esconder do espelho.
É aí que a gente encara o que está por dentro. Sim, há dores, há dissabores. Mas, há essas memórias, de momentos, de lembranças, que nos fazem rir. A vez que você juntou pedrinhas e achou-as lindas para dar de presente à tia. Ou a festa icônica, com as mulheres fortes da família. Ou, aquele tio-pai engraçado, que vive em nós até os dias de hoje.
Assim, entre trânsitos, barrancos, chuva, encaixes, desencaixes, ‘fica para a próxima’, a gente precisa demais desses encontros. Precisa tentar. O importante não é a foto, é a conversa sincera, é a resenha, é o deixar o aparelho celular de lado. É o querer saber do outro, é o amor.
O grande problema é que há um mundo cada vez mais só. O IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas– revela o que já sabemos: mais gente morando sozinha (23%, somente no Rio de Janeiro). Obviamente, não vamos generalizar. Mas, não é ousadia dizer que essa vida com menos amigos, menos tête-à-tête, anda adoecendo o ser humano.
É preciso rir, conversar, ir ao encontro dos seus.
Antes que seja tarde.
É terça-feira ainda. Boa semana.