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Pedra bruta: O que há por trás da alta do dólar?

por Andréa Pontes

Menino Gui, portador de doença rara, dando banho global no preconceito

Querido (a) leitor (baixou a personagem de Bridgeton, mas, longe de ser conto de fadas), vamos tentar compreender essas oscilações da moeda norte-americana. O dólar amanheceu valendo R$ 6,12. Ou seja, cada 1 dólar equivale seis vezes e um pouco mais em relação ao nosso Real.

Mas, por qual motivo é importante sabermos disso? O dólar é a moeda corrente nos Estados Unidos. Porém, também é a moeda aceita em dezenas de países. Fluxo de turistas e a desvalorização da moeda local explicam o dólar ser aceito em vários lugares do mundo. Desde 1944, o dólar é considerado divisa internacional, sendo usado fora do País de origem. Ou seja, a moeda não só é aceita, como valorizada até como fonte de reserva de vários países – incluindo o Brasil. É por essas e outras que você, ao longo da sua existência, já deve ter ouvido se a época era boa para ‘guardar’ dólares ou não. Temos o dólar comercial, com valor utilizado pelo mercado. E o turismo, que vale mais que o comercial e é o usado por nós, mortais.

Devido a essa influência toda, o dólar é utilizado para definir taxas de câmbio em vários países, incluindo o Brasil. Assim, vira uma referência para comparar renda, Produto Interno Bruto, por exemplo, mundo afora. Também serve para sabermos o que um território tem de reserva – leia-se: o que tem guardado para cumprir os compromissos econômicos com outros países. Assim, quem tem mais reserva, é considerado mais confiável, porque tem como honrar seus compromissos – o famoso crédito na praça.

E o que significa essa alta recente? Aí temos o pulo do gato, nobre internauta. Você deve se informar com diferentes fontes. E ver quem está dizendo o quê. Se algum analista financeiro, lembre-se, ele é do mercado – e são eles os principais ouvidos nas diversas matérias da imprensa oficial. Mas, há de se lembrar que há outros envolvidos. E, justamente por ser moeda internacional, digamos assim, não se pode resumir tudo ao que acontece no Brasil. Do lado externo, a eleição de Donald Trump abriu uma onda de especulações – aliás, o verbo especular está no DNA da cotação do dólar. Então, o mercado internacional especula como será o mandato de Trump. Um presidente que nem reocupou a cadeira e já promete deportação de imigrantes. Mandar de volta pessoas de outras países para seus locais de origem influencia o mundo todo.

E aqui, no Brasil, temos a política envolvida. O mercado pressiona o Governo brasileiro. Como? Há um anseio pelo pacote fiscal estabelecido pelo Governo, que tenta aprovar no Congresso o quanto antes. O Congresso, por sua vez, anda incomodado com o pedido de transparência na destinação de emendas parlamentares, capitaneado pelo Ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal. Emendas com volumes de dinheiro autorizadas para emergências em municípios. O noticiário tem mostrado prisão de quadrilhas, obras superfaturadas e gente jogando dinheiro pela janela (literalmente).

Então, em pleno 18 de dezembro, que nem parece clima de fim de ano, temos até o Ministro Alexandre de Moraes suspendendo as férias. Gentil leitor, um humilde conselho é que você leia diversas fontes. Repare em quem está comentando, de qual lado está. Assim, ouvindo diferentes fontes, você vai formar sua opinião.

Brasil não é Bridgerton, mas não deve nada em relação a planos, golpes e jogos de interesses.  Por aqui, ‘fica esperto’ é mantra diário.

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