por Andréa Pontes
Gabi Moreschi, goleira da seleção brasileira de Handbol – foto: Reuter/Eloisa Lopez
Já diz o ditado. Todos os dias, levanta-se alguém querendo tirar proveito de algo; e outro alguém querendo fazer a coisa certa e confiando demais nos outros. A quantidade de golpes crescendo com ajuda de todos os recursos tecnológicos, com imagens e vozes estruturadas e a inteligência artificial colocando falsamente celebridades propagandeando o irreal. Assim, grandes marcas estão envolvidas em pesquisas de satisfação em troca de malas charmosas, conjuntos de panelas caríssimos. Essas coisas só param se as pessoas lesadas tomarem atitudes: boletim de ocorrência, aviso à instituição bancária. O Banco Central oferece o Mecanismo Especial de Devolução (MED) em casos de fraudes. Fica a dica de utilidade pública.
Lá nos EUA, sabiamente, Joe Biden recuou na candidatura. Agora, Kamala Harris, mulher, filha de imigrantes, preta, fortalecerá o discurso na direção de temas sensíveis aos norte-americanos: imigração e igualdade racial. Do outro lado, Donald Trump utiliza-se das redes sociais e teorias da conspiração. Tecnicamente, estão empatados. Há camadas profundas – fake news, ideias extremistas, um país envolto em desafios econômicos e posicionamento global em questões centrais – Israel, Palestina, Ucrânia, Rússia, Taiwan – China.
Já dissemos por aqui que acompanhar a política econômica nos EUA é importante para nós. Na verdade, ao mundo. Foi explodindo a guerra Ucrânia e Rússia que se viu o quanto o território ucraniano impacta no comércio de grãos mundo afora. Além disso, será que, pela primeira vez, os EUA vão eleger uma mulher para presidente?
Por aqui, temos a privatização da Sabesp caminhando. Bom para os cofres. Será bom para equalizar a desigualdade de saneamento no estado de São Paulo? No Rio de Janeiro, temos o bairro da Ilha do Governador, ficando sem energia elétrica por dias, e a Light às voltas com problemas de manter residências normalizadas no fornecimento de luz. Ao fim e ao cabo, você deve se perguntar: e o meu bolso, e a qualidade do serviço?
Falando sobre a nossa casa, da nossa geladeira, do nosso prato de comida, a Organização das Nações Unidas (ONU) revela que o Brasil recuou 33% no Mapa da Fome. Significa que 29,2 milhões (mais de 10 por cento da população brasileira) saiu do quadro de insegurança alimentar. Ainda tem gente passando fome? Sim. Mas, se essa mudança em tão pouco tempo foi possível, então, podemos, sim, sair desse radar: o Brasil está no caminho de 2014 (quando saiu do Mapa da Fome).
Enfim, Jogos Olímpicos. Vamos ter atletas brasileiros, histórias de superação, gente que saiu de comunidades pobres para as quadras mundiais. Um respiro, mais ou menos. Já tivemos uma situação diplomática no primeiro jogo do futebol masculino. O hino argentino, tocado antes da partida contra o Marrocos, foi recebido por vaias dos torcedores. Resposta pelos jogadores da Argentina terem comemorado o título da Copa América cantando músicas racistas contra os franceses. Os valores do esporte não costumam perdoar esse tipo de coisa.
Nem deveriam.
Quem sabe, ajudam a mostrar ao mundo que nações com pensamentos diferentes podem conviver em paz.