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Pedra bruta: No fogo – Tocantins, florestas e emendas parlamentares

por Andréa Pontes

Um pezinho de alface orgânica não quer guerra com ninguém

O Tocantins ocupa o noticiário do dia. Poderia ser sobre meio ambiente. Não, é sobre o governador, Wanderlei Barbosa, alvo de corrupção. No meio da pandemia, recursos teriam sido desviados na distribuição de cestas básicas. Para quem viu gente morrendo sem oxigênio, infelizmente, nada surpreende.

Falando em surpresas, quem me acompanha sabe o quanto gosto da palavra quando o tema é economia, o PIB deve subir mais do que o previsto. E a inflação, cair. O mercado fica de bem com a vida. O IBOVESPA fecha em alta. Somado a isso, todos de olho no anúncio do Federal Reserve, nos Estados Unidos, sobre taxas. A expectativa é que sejam reduzidos. O que isso significa? Os investidores se sentem mais à vontade para direcionar dinheiro a países emergentes. Portanto, o pessoal do mercado está de olho no Simpósio Econômico de Jackson Hole, em Wyoming (EUA), que reunirá pessoas de bancos centrais do mundo. Na sexta, dia 23, Jerome Powell, o presidente do Fed, participa do evento.

Também nos Estados Unidos, Kamala Harris tem toda a atenção do mundo. Endossada por nada menos do que Barack Obama, ele manda a mensagem de Chicago ao planeta: yes, she can (sim, ela pode). O que temos a ver com isso? O mesmo que remos com o Federal Reserve, ventos lá ventam aqui.

Nessa secura, os ventos também espalham as queimadas. A Amazônia vem, há algum tempo, pedindo socorro. É o pior quadro em 17 anos. E o clima quente só propaga fogo e fumaça. Para quem se ilude considerando a Amazônia um lugar distante, saiba que esse corredor de fumaça chegou em 10 estados. Um deles é o Rio Grande do Sul.

De Norte a Sul, mesmo que com os olhos embaçados nesse clima quente e seco, temos as emendas parlamentares. Afinal, o que são? É a transferência direta, batizada de “Pix”, de recursos. Não há um destino específico a projetos. No entanto, Flávio Dino, Ministro do Supremo Tribunal Federal, demandou para haver mais rastreabilidade e transparência. Mexer nas estruturas políticas e econômicas fez com que os três poderes – Legislativo, Executivo e Judiciário – conversarem, por quatro horas. O caminho é longo, há prazo de 10 dias para sacramentar o acordo – o papel do Congresso e o papel do Governo nessa destinação. A partir de agora, há uma identificação da emenda Pix, as prioridades – obras inacabadas, com a fiscalização do Tribunal de Contas da União.  Temos a opção emendas de bancada – parlamentares podem destinar verbas aos respectivos estados. No acordo, novamente, a bancada precisa definir os projetos em grupo. Comissões permanentes – saúde, por exemplo – ainda precisam de combinados para ver como funcionarão.

Mas, como não discutimos isso antes? Por que agora? Eleições municipais e sucessão às cadeiras de presidentes no Senado (Davi Alcolumbre deve vir por aí) e na Câmara – ainda em definição.

É difícil explicar o Brasil.

No pasa nada. Nem Pix.



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