por Andréa Pontes
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Fonte: IA – a vida e o jogo do acaso
Ontem, algumas dezenas de pessoas nasceram. De novo. O acidente na zona oeste de São Paulo, envolvendo um avião – não, você não leu errado – e um ônibus, foi destaque inevitável do noticiário. Duas pessoas morreram e o luto das famílias nos entristece. No mesmo local, alguns relatos de gente que viu a morte passar perto. Muito perto. “Hoje é o meu aniversário”, disse um ciclista à tevê. Não é exagero. Por segundos, ele sobreviveu.
Outro ponto que nos impressiona é o semáforo parado, carros que tinham acabado de sair da rota de colisão. Dois segundos a mais…. seria fatal. E como não se emocionar com o motorista e a cobradora do ônibus – inclusive, ela, uma pessoa com deficiência – fundamentais para salvar as vidas dos passageiros?
Não tem como pensarmos – por um segundo, um empresário e um piloto fatidicamente perderam suas vidas. O mesmo segundo salvou outras tantas. Para quem fica, o que estamos fazendo de nossas vidas? Quantos segundos estamos jogando fora? Quantos estamos vivenciando, de fato? Quanta importância damos ao que não é preciso…. e como desvalorizamos coisas boas bem na nossa frente.
É até engraçado. Porque a Amazônia, porque lá.… amigo, amiga, você é parte da Amazônia. Não importa se você está na Antártida, se está na Rússia ou em Porto Alegre. Nossa, mais árvores caindo com as tempestades. My friend, você, nós, todos fazemos parte do mesmo planeta. Todos somos da Grande Natureza. Não é ela e nós. Somos nós.
A gente passa por flores e plantas e nem repara nelas. Curioso: só damos conta quando caem sobre carros, ou deslizam junto à lama.
Somos loucos.
Precisamos de tragédias para lembrarmos do que é básico.
Pois é, a vida.
Que, por sinal, está passando feito trem-bala, parceiro (salve, Ana Vilela).
A gente se acostuma, mas não devia (salve, Marina Colassanti).
Qual o epitáfio (ah, Titãs) que você vai querer. A bola está com você.