por Andréa Pontes
em terra de cadeiras voadoras e queimadas, ser feliz é o que importa
O noticiário é indigesto. Dani Lima, apresentadora da Globonews, foi quem proferiu a frase. Ela está certa. Ontem, ataque hakcer a pagers – se você nasceu depois de 2000, dê uma busca, que você vai saber do que se trata. Uma derrota para o grupo extremista Hezbollah, que via no aparato tecnológico vintage uma segurança. Uma ameaça à escalada da violência no Oriente Médio.
Aqui, o fogo invade os telejornais. É um problema global. Há muito sendo feito. Há muito a se fazer. A pergunta, de sempre, é a quem interessa? Não faz muito tempo, estradas eram bloqueadas por caminhoneiros. Ligar os pontos faz parte da indigestão informativa.
Foi um gesto hercúleo do brasileiro manter a vida entre segunda e terça-feira. Memes de cadeiradas proliferando. A gente sabe rir. Mesmo que de nervoso. Ou de ignorância pura. A gente precisa aprender a votar. E a entender interesses e ferramentas tecnológicas. Sério? Sério. Mesmo que você baixe o Nietzsche e fuja para uma caverna, a fumaça das queimadas por aí afora vai te alcançar.
Não menos importante, olhares para os Estados Unidos. Como vão se posicionar nos conflitos envolvendo Israel? A taxa de juros vai corresponder às expectativas e vai baixar 0,5%?
Mas, é só isso? Não.
É preciso saber viver nesse caos. É preciso não esquecer da água, do umidificador, dos dias mais frios e respiráveis. De olhar ao seu redor. De estar presente. E parar de contorcer o pescoço olhando o aparelho celular a todo instante.
A visão coletiva anda em falta. Estamos tão ocupados com toneladas de informações e problemas. Precisamos olhar mais para nós mesmos. E mais para o que faz bem à sociedade.
Faz bem à digestão.