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Pedra bruta: Até o fim

por Andréa Pontes

É a vida

Há dias que… a hidroginástica foi perdida; o exame de sangue atrasa e faz boliche na fisioterapia. O diário dos 50+ é assim. No fundo, a culpa é nossa. Nessa transição do ‘vou dar conta de tudo’ para ‘não preciso mais provar nada a ninguém’ acontecem essas coisas. Ainda mais cabeça de geminiano. Se você conhece um, não vai achar bobagem a astrologia.

A ansiedade vem – ainda não assisti ao filme badalado Divertidamente 2 – respirar fundo nunca foi tão relevante. Entender o não do outro e a sua culpa. A vida adulta é esse eterno entender e digerir. Relações profundas com resiliência, ressignificado. É a vida real. O lance é sair bem desse embate. Não há mais tempo a postergar para quem está nos ‘enta’. Deveria ser o mesmo aos vinte e aos 30, mas é justamente quando temos permissão de não ter a cabeça no lugar – tudo bem, quase nem sempre temos autorização para isso. Mas era bom, vez em quando, virar a noite, ir trabalhar e rir disso tudo. Hoje, as articulações gritam conosco só de pensarmos nessa ousadia.

Viver em paz, rir da cara do perigo, não cair em armadilhas bestas – agendar várias coisas em um dia, como sempre. Ceder, conquistar, não ceder e bancar, devolver o que é do outro. É a vida. Nem sempre bonita, Gonzaguinha, não adianta vir cantar O que é o que é nos meus ouvidos. Estou mais propensa à música Até o fim, do mais novo octogenário, nosso Chico.

A coragem de ousar no tom terracota e o velho e bom pretinho. De encarar o prato malfeito. As feridas e suas encaradas. Dizem que há um arco-íris depois de enfrentar os medos. Há os que torcem o nariz para a autoajuda. Há os que colocam arruda na orelha. Há os do terço. Da imposição de mãos. Há a verdade no coração de cada um.

Não há certo. Não há errado.

Há o caminho.

Mas vou até o fim.

3 comentários em “Pedra bruta: Até o fim”

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