por Andréia Pontes
a vista que sempre me acalma – os encantos do subúrbio carioca
459 anos do Rio de Janeiro. O Rio de Janeiro nunca sai de você. O Rio, aliás, vai além das praias de Copacabana e de Ipanema. Bem além do Mate e do biscoito Globo. Claro, a vista do Arpoador é maravilhosa. Mas, tem uma vista que sempre me remeteu ao lar. Até hoje. A entrada da Ilha do Governador, hoje via ponte estaiada – na minha época, a ponte era a antiga, mesmo. É um cenário sem igual, da Baía de Guanabara, com a ponte Rio-Niterói ao fundo. Aquele ‘ufa’ de chegar em casa depois de um trânsito daqueles.
Há também a feijoada com frutos do mar. No bairro da Ribeira, na Ilha, e em Piratininga, em Niterói, há dois locais fantásticos que servem essa iguaria com feijão branco, polvo, camarão, coentro e muitas maravilhas mais.
Ah, as lembranças. A trajetória de vida. A tristeza insiste às vezes em rodear. Mas, é isso, precisamos conversar com ela. Assim, mesmo. Não dá para apagar o que não queremos lembrar. Mas dá para ressignificar.
São pequenas coisas. Aquela gaveta mais bem arrumada, aquele hábito que você tem dificuldade. Aquela decisão de devolver com uma moeda de maior valor. Liberdade é o que a gente quer. Abrindo as asas sobre todos nós, igual à letra do samba da Imperatriz Leopoldinense.
Liberdade é quem não pediu guerra e está em meio a ela quer. É quem tem urgência para comer. Para a sobrevivência. Liberdade é a gente se soltar de certas amarras, ideologias, certos costumes que não nos cabem mais. A liberdade de não se levar a sério e de não levar tudo a sério. De não ter que opinar sobre tudo. De realmente deixar para lá.
O futuro anseia por mais liberdade. Mas, sobre ele, não temos controle. O que nos resta é o agora.
O tempo e as novas formas de falarmos com a vida.