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O que nos resta

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por Andréia Pontes

O objeto de desejo do momento (foto A.P.)

Pobreza e desigualdade. O discurso do Ministro Fernando Haddad a ministros das Finanças e presidentes de Bancos Centrais do G20 (grupo que reúne as principais economias do mundo) obteve esse tom. Haddad mencionou a crise de 2008, que teria aprofundado diferenças. Sabemos que isso ocorre há mais tempo. O fato é que 1 por cento da fatia rica detém 43% dos ativos financeiros no mundo. Esse mesmo 1% emite a mesma quantidade de carbono do que os dois terços dos mais pobres. Ou seja, se queremos economias mais sustentáveis, esse jogo precisa de mais equilíbrio. Em certa sintonia, o presidente do Banco Central do Brasil, Roberto Campos, endossou que inflação mais baixa ajuda e muito a diminuir os índices da pobreza no mundo. O caminho é longo e com prazos apertados, se queremos, de fato, um mundo mais sustentável com o meio ambiente, a área social e a governança. O ESG.

Por aqui, felizmente continuamos conjugando o verbo surpreender. No caso, a surpresa para analistas financeiros, ao verem que os índices estão abaixo do que projetaram. Já no bolso nosso de cada dia, o que vimos em janeiro e fevereiro foram as mensalidades escolares serem reajustadas e os combustíveis voltando a subir de preço – afinal, agora, os impostos federais são aplicados em totalidade. Isso fez com que o IPCA-15 avançasse de 0,31 para 0,78%. Os alimentos estão com preços sob controle, mas ainda exercem um peso significativo em nossas mesas. Junte-se a isso o El Niño, fenômeno que vem impactando nas colheitas e mexendo com o bolso.  E, ainda, uma expectativa de não controle na área de serviços. Se você pensar bem nas idas para fazer as unhas e os cabelos, verá que é ruim para quem paga e péssimo para quem recebe.

Além das contas, precisamos ficar de olho no mosquito. No caso, o da dengue. Há uma onda preocupante de casos não só da dengue, mas Covid-19 e Influenza. E o trimestre nem acabou. Não menos importante, a temperatura em Brasília segue em alta. Acontecimentos que ficarão para a História, em meio a uma polarização que ainda segue firme, rodeada de notícias falsas. O Brasil, como já se sabe, nunca foi para amadores. Por enquanto, o que podemos fazer: repelente, pratinhos das plantas sem água, um olho nos preços mais em conta e outro no noticiário.  É o que nos resta nesse balaio.

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