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O Deus de Adélia

por Suzi Márcia Castelani

O universo da poesia de Adélia Prado é de grandeza litúrgica e brota muito perto de onde ela está.

O apego a ritos e formas e o espanto genuíno diante do que é comezinho e banal dizem da poesia da Adélia cotidiana. Eu Prefiro confessional.

Não se furta à autoria nem nega a fome do corpo e da alma.

Aceita a fé como constitutiva de sua humanidade. Um elo secreto entre a poeta e uma fonte de beleza sagrada e exclusiva que ela nos traduz em poesia.

Eu faço poesia religiosa pois essa sou eu.

A poesia religiosa de Adélia nos dá vontade de pecar.

Diante da morte, o inimigo derradeiro, o último mistério, o total desespero, o Deus de Adélia a resgata para um mundo perfeito.  A vida eterna.

Adélia lê os Salmos e diz poesia.

Eu leio Adélia e também digo poesia.

Por toda a eternidade.

Suzi Márcia Castelani é artesã, editora e dona do seu quintal.

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