Pular para o conteúdo

Não era a Vanusa que tinha uma música falando a respeito das manhãs?

Trovões altos. Madrugada. Começou um chuvão aqui. Estou trabalhando nos textos de um aluno que terá aula às 8h. Os textos da menina das 7h estão prontos. Hoje não tenho aluno às 6h.

Depois do menino das 8h, infelizmente, só terei aula às 13h30. E depois 14h30.

*

Eu queria ter mais e mais alunos de idiomas. A vida ficaria bem mais fácil com mais grana no caixa.

*

Neste enorme intervalo, vou trabalhar no texto de autores (dois em particular) e nas aulas da semana que vem.

*

Eu tinha uma conta numa plataforma antiga chamada Flickr. Muitas e muitas fotos. Estou baixando todas. Tem muita coisa. Muita coisa ruim, sou péssima fotógrafa. Adoro fotografar o miudinho de casa, sabe. Uma caneca, um colar sobre a colcha, um copo com gelo. Sou fascinada pelo miúdo, o doméstico, o todo dia. A vida de todo dia como tema para escrever e para fotografar. Adoro o cotidiano, o jeito que enfiamos os pés no chinelo, como cada um raspa a manteiga, o barulho da chuva quando estamos na cama, já acordados, e conseguimos ouvir cada gotinha separadinha das outras pingando do telhado na calçada.

*

Tenho um arquivo só de fotos dele, várias e várias roubadas anos atrás, das redes sociais de outras pessoas. Ele num bar, feliz, abraçado na Luciana e na Renata, ele noutro bar, feliz, rindo ao lado dum moço cujo nome me escapa. Eu me pergunto se ele também vai embora dessas pessoas, desses bares, sem se despedir. Vocês não merecem meu até logo, adeus, ou se essa era uma desatenção só minha. Acho que não. Minha mãe me ensinou que raramente as pessoas são o que são só conosco. Geralmente elas são o que são e nós atravessamos o caminho delas. Enfim, dúzias de fotos dele. O arquivo se chama W. porque era assim que eu o chamava, antes de chamá-lo de C., antes de chamá-lo de D. Se agora me acho uma imbecil? Claro que sim.

*

Eu queria um cachorrinho bebê. Há alguma coisa nos cães que me agrada demais. Gosto deles, de estar com eles, de falar com eles. Por mim, seria a velhinha maluca dos cachorros, teria uns quatro. Cinco. Eu sou muito louca e compulsiva, então preciso me controlar.

*

Meu falecido marido (dia 27 de agosto fez dezesseis anos que ele morreu e a Raquel se lembrou e me abraçou), era a velha louca dos gatos. Em qualquer lugar que Alexandre estivesse, um gato viria até ele e ele o traria para casa e, não raro, arrumaria um lar pro bicho. Alexandre, eu costumava chamá-lo de a ONG de um homem só. Quando ele morreu, tínhamos sete gatos. Nem pergunte.

*

Ontem comprei gorgonzola. Queijo caro, mas ei. Comprei. Porque gosto de comer gorgonzola com pera. Manias. Várias mesmo.

*

O verão se insinua em São Paulo e eu odeio calor, odeio o verão, odeio acordar passando mal de calor, brotoejas, costas suadas, ter de passar o dia molhando a testa, dormir sem edredom. Adoro dormir com edredom, preciso dormir de edredom. Nossa, eu odeio o verão.

*

Depois de eu implorar várias vezes, várias, ele vinha me dizer “mas eu pedi que você falasse pra mim que…”. Eu deveria fazer o quê? Copiar e colar todas as vezes que implorei (e, assim, implorar de novo), todas as vezes que ele, charmoso, disse coisas como “imagine, eu nem sou dar gelo nos outros, eu…”?

*

Minha amiga que não ia mais se casar em novembro, vai, sim, se casar. Tenho uma preguiça imensa dessas cerimônias. Nunca nunca nunca quero ir. Mas irei porque em algum momento doido, no ano passado, aceitei ser madrinha. Não foi um momento doido, eu é que estava louca. Bêbada. Bêbada demais. Ela e o cara haviam desistido de casar há alguns meses, mas né, os hormônios nos levam a coisas bem burras, tipo se casar com um cara idiota demais.

*

A chuva está barulhenta. Adoro.

*

Vou fazer café. Mais café.

2 comentários em “Não era a Vanusa que tinha uma música falando a respeito das manhãs?”

  1. Mais dinheiro em caixa: sim. Adoraria saber fotografar, especialmente as miudezas. Ou nudes. Sou péssima. Juro que estou fazendo uma fotografia perfeita e, quando olho, tem uma toalha molhada pendurada na porta, uma sacola em cima da escrivaninha, a bagunça da estante à mostra, tudo uma zona no fundo da imagem. Não tenho cachorros nem gatos. Apenas umas febres, às vezes. Gorgonzola com pera <3. Gorgonzola com damasco <3. Gorgonzola <3. Queijo <3.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *