por Andréa Pontes
A pessoa acha que ainda é terça-feira (foto de André Pontes)
Não é para amadores
Encerramos o dia com o dólar a R$ 4,7276 – a maior baixa desde abril de 2022. O Federal Reserve, o Banco Central dos EUA, aumentou a taxa de juros para 5,50% – a maior alta em 22 anos. A atividade econômica está morna nos Estados Unidos. Em contrapartida, aqui os ventos estão mais favoráveis. A reação à inflação – em queda, graças a Deus – fez a nossa nota de crédito aumentar, pela Fitch Ratings. Mais crédito, mais confiança do consumidor, mercado mais calminho. Quem está na mira do Governo é o setor de apostas esportivas. Com os 18% de taxas que a Medida Provisória prevê em cima do Gross Graming Revenue (que é o total da receita após o pagamento a todos os jogadores vencedores), estima-se uma arrecadação aos cofres públicos de R$ 2 bilhões, podendo chegar a R$ 12 bilhões nos próximos anos.
Não há como deixar passar Marielle Franco. Após mais de cinco anos, a investigação avançou. Quem mandou matá-la e por quê? O que mais assusta é a discussão sobre matar. Se tirar a vida de alguém ainda gera dúvidas quanto à gravidade e ir a um bar após um assassinato não produz qualquer estranhamento, a humanidade não entendeu nada, ainda.
Essa semana, Nova Zelândia x Noruega marcou recorde mundial da Cazé TV, que reuniu um milhão de pessoas no Youtube. O futebol feminino agradece. O que não dá para dizer o mesmo de quem utilizou o tempo para xingar a bancada feminina que transmitia o jogo, Belle Suarez e Ju Cabral, ex-jogadora da seleção.
E o que dizer da nossa carequinha Sinnead O’Connor? Nothing compares to you (Nada se compara a você), letra de Prince, voz dilacerante. A irlandesa não era de abaixar a cabeça. Sempre defendeu os direitos às mulheres e nunca escondeu ser gente como a gente. A depressão e a fibromialgia lhe acompanhavam, perdeu um filho de 17 anos – deixou outros três. Do Papa até Frank Sinatra, ela não era para amadores.
Nem nós, Sinnead. Ser mulher nesse mundo não é para os fracos.