Textos se acumulam. Dos clientes. Os meus não mais, larguei todos. Amiga me pergunta dos textos de museu e eu me lembrei do escrito a respeito das Bodas de Caná, começado há mais de três meses. Morto, talvez. Provavelmente. Eu só queria sumir. Deixar de ser. É um cansaço sem nome.
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A semana pareceu que jamais, mas jamais mesmo, teria fim. Well, passa das oito da noite e vejo que estava certa, porque ela ainda não acabou.
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Coisas que nunca pensei que entrariam na minha lista de compras, mas a vida me obriga, parte 3149:
uma caixa grande de caixa de ferramentas para guardar a abissal quantidade de ferramentas dessa casa
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Amiga me chamou pra fazer teatro. Vamos, Fal, só tem véio no grupo, vamos montar um Nelsão, é divertido, é isso, é aquilo. Nem respondi, não sei o que dizer. Lembro dos grupos de teatro de quando eu era menina, a entrada em cada um, a emoção, a delícia, os novos amigos, os textos, apresentações nos parques. Corais, a mesma coisa, sempre a soprano mais afinada, mais feliz, mais encantada. Não canto há mais de trinta anos, não imito uma arvore há mais de quarenta.
O mundo das artes suspira aliviado.
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Reli textos velhos para produzir coisas novas. Reli as respostas de D., pois sou desse tipo estúpido, guardo tudo em montanhas de arquivos bem arrumadinhos: ele sabia. Como eu posso, sempre, ser tão burra, me achando tão esperta, um estudo de caso. D. simplesmente sabia. Quando finalmente confrontado, jurou um não, batendo pestanas, dedinhos contra o peito, o que só torna tudo pior porque é só reler o que ele escreveu. Sinto imensa vergonha de mim.
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A Globonews parece selecionar os novos jornalistas por sua capacidade em engolir saliva no meio da frase, o que nos deixa, Maliu e eu, com vontade de morrer.
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Abobrinha em conserva na lista de coisas maravilhosas que sempre queremos, parte 3.
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O Brasil me enoja, me surpreende, me diverte, me assusta. Não necessariamente nessa ordem.