Você será o fim da vida, tal e qual eu a conheço. A minha vida. O que virá depois? Eu não sei, você não sabe. Não há garantias, você diz. Então, não quero. Quero o certo, o cotidiano, o imutável, o previsto, o listado, o milimetricamente programado. Quero o que tenho certeza de que está no armário da cozinha, na terceira gaveta do guarda-roupa, no envelope dentro da pasta. Quero o estável, o sólido, a rocha. Quero um dia depois do outro, consultas marcadas com duas semanas de antecedência, nenhum abalo, nenhuma grande alegria, nenhuma grande dor. Quero o impossível.