por Andréa Pontes
A vista que a Madonna está tendo é bonita, bonita.
Quando você pensa que atingiu o limite máximo, que o oxigênio terminou, que tá puxado, é exatamente aí que algo inesperado acontece.
É óbvio que a gente não quer chegar a esse ponto. Mas, às vezes, a vida vai mandando ondas na sequência, como um mar agitado. E você quer muito o mar. O mar é a sua vida, a água com sal é objeto de desejo. Ainda mais para uma carioca que mora em São Paulo.
As ondas te derrubam, você se levanta. Mas, vem a outra. Você cai na areia molhada de novo. Há um ar diferente, que é a maresia. Uma delícia. Você vai apreciando o bom momento. Mas vem outra onda. E lá vamos nós de novo.
É a vida. É bonita, bonita, cansativa, bonita, cansativa, cansativa, cansativa, cansativa.
A vida é um eterno lead. Em jornalismo, um lead é construído com respostas às seguintes perguntas: o quê, quem, quando, quanto, como, onde, por que, para quê. Se você não responde a uma dessas perguntas, o conteúdo é considerado capenga. Falta algo.
Se não respondermos a nós mesmos quem somos, o que queremos, por que e para quê, quando faremos o que é preciso, onde estamos, quanto vamos investir nisso, a gente fica capenga.
É preciso enfrentar a onda e ir aos poucos entrando nesse mar. Mergulhar, nadar, boiar. É o prêmio de passar pelas ondas.
O mar de Dorival Caymmi, que quando quebra na praia, é bonito. O mar que gera a vida em ondas, de Lulu Santos.
É bonito. É cansativo. É o que é.