Fazer arroz sempre foi um mistério para mim. Faço. Faço. Mas assim. Não é da minha natureza – e olha, adoro arroz.
O arroz, como quase tudo que amo neste mundo, é que não gosta muito de mim.
Fiz arroz. Botei passas. Do jeitinho que mandava a moça no meu youthibis. Ficou bom. Não incrível feito outros arrozes de passas (que plural triste) que já comi na vida, mas assim. Assim. Assim.
Eu poderia ficar filosofando a respeito do que é bom, do que é incrível e a respeito da maneira que nos acostumamos e quase desejamos o que é bonzinho em vez do que é marabidjôso. Ou poderia aqui filosofar a respeito do ótimo ser inimigo do bom (Oi, Obama, tudo certinho?), de que na espera do inacreditável deixamos passar o razoável e que a vida é feita disso, do morno, do passável. Poderia, claro. Posso.
Em vez disso, como meu arroz mais ou menos, minha carninha, bebo meu vinho cor-de-rosa, leio meu livro que fala a respeito de um mundo que acabou.
Não há problema em buscar o silêncio, submergir, mais uma vez e outra e outra, pintar desenhinhos de roxo e amarelo, voltar à tona para pegar mais ar, mergulhar de novo, tomar outra taça, digitar uma longa mensagem de três parágrafos e apagar tudinho, letra por letra. Não é bom, não é terrível, não é feliz, não é trágico. É meu arroz com passas e minha respiração.
amigaaaa, somos da mesma natureza, parece <3
te amoooooooooooooooooo