por Andréia Pontes
protuberância indesejável ensinando a quietude forçada
Ontem, mesmo, dizia a uma amiga que não há ‘marasmo’ no dicionário brasileiro. A todo instante, são xingamentos de corar uma Dercy Gonçalves (saudades) em rede nacional, é vaga de emprego pedindo experiência que ninguém deveria ter. Mas, há boas notícias. Sempre cercadas de ponderações, obviamente. Brasileiro que é brasileiro sorri e fica de olho no próximo obstáculo.
Sim, estamos falando do mercado financeiro. O Brasil está indo bem. As previsões para a inflação passaram de 3,87 para 3,76%. E o PIB saltou de 1,5 para 1,7%. Tradução: mais crescimento. O Governo está se esforçando na mensagem de equilíbrio das contas públicas. E os investimentos estão voltando. O Banco Central anunciou que o País recebeu R$ 8,7 bilhões de investimentos. É o Brasil voltando a ser um local para investir. Porém, temos um horizonte de Joe Biden x Donald Trump nas eleições norte-americanas. E isso pode mexer com os investidores. Ao gerar incertezas, os investimentos recuam e isso nos impacta.
Por aqui, ficam expectativas. A inflação de alimentos deve cair (o verão veio com oscilações esperadas e mais fenômenos climáticos crescentes). Os serviços, também. Menos idas à manicure, será? Por outro lado, a indústria vem investindo em máquinas, equipamentos e informática. Bom sinal. A queda de 1,6% em janeiro vem depois de sucessivos crescimentos nos últimos meses. Sem surpresas para os economistas. E o que temos em nosso dia a dia: Imposto de Renda. Ficam de fora os que ganham até dois salários-mínimos. O Governo estima receber 43 milhões de declarações.
Não menos importante, estamos na semana do Dia Internacional da Mulher. Em texto para o Labdec, da CEFET-RJ, a jornalista Fernanda Veneu revela que “o dia internacional da mulher foi proposto pela militante alemã Clara Zetkin em 1910, durante o II Congresso Internacional de Mulheres Socialistas. Mas não havia, segundo Eva Blay, uma data precisa. A ideia de criar um dia voltado para reflexão e luta das mulheres é anterior ao incêndio na fábrica Triangle Shirtwaist Company, nos Estados Unidos, que aconteceu em 1911”. Em pleno 2024, ainda morremos vítimas de violência. Dificilmente uma mulher próxima a você não sofreu violência física ou emocional ou patrimonial. Em Histórias de morte matada contadas feito morte morrida, as jornalistas Niara de Oliveira e Vanessa Rodrigues revelam uma violência de comunicação. As manchetes dos veículos de imprensa minimizam a dor da vítima e por vezes o algoz nem entra no título.
É por essas e muitas outras que a gente precisa de um dia 8 de março diário.