
Meu amigo comprou um negócio pra casa dele e mandou entregar aqui.
De modos que, depois duma aula divertida (minhas quintas-feiras têm um povo divertido demais), enquanto esperava a entrega, piquei meio quilo de cebola o mais petitico que pude.
Entreguei as cebolículas a uma colher de manteiga derretida na frigideirona pelando, fogo baixo. Lembro de quando Alexandre comprou essa frigideirona. Ela tem um nome especial, não sei mais qual. Estávamos na Liberdade com a Telinha e a Carina. Era um dia de festival, ruas lotadas, papeizinhos coloridos pendurados pra todo lado e agora me pergunto quantas e quantas vidas uma pessoa pode viver. Quantas, quantas. Enfim, vinte anos depois da morte dele, eis aqui a frigideira do Alexandre, em muito melhor forma do que eu, resistindo ao fogo, à manteiga borbulhentinha, à cebola que derrete.
Piquei dois maços de cebolinha, taquei lá também.
Na tevê, o Octávio Guedes faz um paralelo entre alguma coisa que o Lacerda fez um dia e alguma coisa que o governo ou alguém do governo tá fazendo agora, não sei bem, não tava prestando muita atenção e não entendo de Lacerda. Só gosto de ouvir o Octávio, a voz dele tão carioca, as piadas, a cara de quem sabe alguma coisa que eu não sei (no caso dele, várias e várias coisas).
Tenho textos para mandar pro Paulo, devo textos pra Suzi e pra Pri, tenho muitas aulas pra preparar, mas tou aqui com a cebola que se transforma, planejando um curry maravilhoso e tão apimentado que fará minha língua latejar e meu nariz arder.
Delícia de ler. <3
Nossa, já faz mais de 20 anos que te acompanho. 😊