por André Pontes
Água com cloro faz bem à saúde
Hoje, um dia com sol. Movimentos pela água escondem as dores musculares horas depois. Não é fácil recomeçar. Mas, é parte do jogo. Faz bem. Até porque a conta chega, mais cedo ou mais tarde.
Corpo em movimento. Alma atenta. A preocupação tenta nos distrair. Preocupar-se é apegar-se ao que você não tem o menor domínio, mas insiste que é de bom-tom, é responsável ser preocupado. Não é tão fácil apertar a tecla “F”, se é que me entende. Mais polidamente, a tecla “S” – seja lá o que Deus quiser.
Estar ocupada com coisas bacanas e elevadas. Da água da piscina, ao olhar atento a quem sofre. Antes das 16h, em uma sexta-feira, um homem, ajoelhado, orando, entre transeuntes, porque não vendeu um pano de prato sequer. Ele chora. Um casal luta para manter o empreendimento de pé. Outra pessoa lida com os revezes da saúde mental. Não é à toa que o tema preocupa a Organização Mundial de Saúde. Milhões de pessoas sofrem com quadros depressivos. Após a pandemia, a saúde mental passou a ser necessidade no centro de tudo. Somos sobreviventes da Covid-19, nunca é demais lembrar.
Eu me lembro de uma orientação que recebi de alguém muito querido, um ‘paizão’, que hoje mora no andar de cima. Reclamava, na ocasião, das dívidas financeiras. Então, ele calmamente me sugeriu: “vamos então pedir uma doença para você substituir pela falta de dinheiro”. Olha… eu lembro dessa sacolejada até hoje. Sim, podia ser pior. Sim, é pior para muita gente.
Isso não quer dizer conformismo, nem é para encostar em um barranco e esperar o mundo acabar. Mas, é bom refletir. Porque, senão, a vida passa. Fica resumida só nos problemas. A gente perde o hábito de olhar para o horizonte, da janela de casa; de reparar nas flores da casa vizinha; da água de coco geladinha às 17h de uma sexta-feira. De ouvir Cindy Lauper dizer que ‘as garotas só querem se divertir’ (girls just wanna have fun).
Vida louca vida, vida breve
Já que eu não posso te levar
Quero que você me leve
Mais Cazuza, por favor