por Andréa Pontes
Tio Sam quer nos dizer que quer o sonho americano de volta. Já se o caminho é seguro…
Donald Trump é eleito novamente. Será o presidente dos Estados Unidos por mais quatro anos. O que vimos, nas últimas semanas, foram as principais emissoras brasileiras enviando correspondentes, horas com analistas políticos das eleições norte-americanas.
Mas, por qual motivo?
Vários. Primeiro, o que venta na América do Norte, venta por aqui. O dólar ainda é a moeda utilizada por referência no mundo. E já amanheceu na casa dos R$ 6. Os impactos dos juros do Banco Central dos Estados Unidos (Fed) trazem desdobramentos para o mundo. Se os juros estão altos em solo estadunidense, vem a insegurança da economia, dos investidores, sobram menos investimentos, há mais cautela. Não é por acaso que na última reunião dos BRICS – Brasil, Rússia, Índia e África do Sul – foi defendido falar de negócios de forma não tão dependente da moeda norte-americana.
A eleição de Donald Trump revela o fortalecimento da extrema-direita. Que não é de hoje. E é essencial entender como isso funciona. Repetições, o chamado ‘frame’, que estudiosas como Letícia Sallorenzo explicam muito bem, sob a luz do linguista George Lakoff. Trump utilizou o verbo ‘ocupar’ para reforçar que os EUA estavam ocupados por imigrantes. E repetiu diversas vezes. Também foi adepto de várias mentiras. Notícias falsas sobre gente comendo carne de cachorro e gato em Springfield viralizou em forma de letra e música. Chegou a publicar foto da galática cantora Taylor Swift o apoiando, quando, na realidade, ela apoiava sua oponente, Kamala Harris. E, reforçou, tocando no emocional da população norte-americana “Make America great again”. Uma alusão a reconquistar o sonho americano, tão propagado mundo afora. A comunicação foi exatamente em cima das frustrações dos norte-americanos. Além disso, forte parceria com redes sociais, principalmente com Elon Musk e a rede social X.
O que nós, brasileiros, temos com isso? Muitas coisas. Primeiro, a conferir o que vem por aí. De acordo com as promessas de Trump, menos juros para os mais ricos, mais combustível fóssil, menos imigrantes. Muito provavelmente, ano que vem, no Pará, durante a Cop-30, não teremos uma participação dos EUA, muito menos conciliatória com indicadores para preservar o meio ambiente.
E, não menos importante: o impacto na extrema-direita no Brasil. Em 2020, Trump perdeu as eleições, houve invasão ao Capitólio. Em 2022, Jair Bolsonaro perdeu as eleições e houve o ‘8 de janeiro’. Não há meras coincidências.
O que podemos fazer é prestar atenção. Saber e entender as notícias. Para não sermos levados pelo emocional, tampouco pelas fake News.
A conferir o que o empresário e político Trump vai mostrar nesses próximos meses.