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Pedra bruta: As oito décadas de Chico nas notícias de todos os dias

por Andréa Pontes

O Chico Buarque nosso de todos os dias

Hoje, o Chico faz 80. Oito décadas de erudição, talento e algo muito peculiar. O de se colocar na pele das pessoas. Assim o operário da construção foi representado; assim a Geni vai virar tema de filme. Porque o Chico Buarque sabe extrair o que está no outro.

Ontem, o presidente Lula deu entrevista à CBN. Do ponto de vista de quem promove e defende a reputação, Lula quis falar com uma audiência – o povo. Informar que estão sendo gerados empregos, o poder aquisitivo vem aumentando. No entanto, esbarra em outra, o mercado. Críticas ao Banco Central, que define logo menos se mantém a taxa atual ou se promove cortes na Selic.

 O Governo aposta que a taxa vai ser mantida em 10,5%. Nesse estica-e-puxa, o dólar continua no R$ 5,47, o Banco Central dos Estados Unidos também não pensa em recusar a taxa de juros por lá. O fato é que o caminho do equilíbrio precisa ser trilhado. Reforma fiscal, mas sem perder de vista a justiça social. Algo que precisamos acompanhar atentamente, pois tudo isso reflete no bolso de cada um de nós.

Enquanto isso, as letras de Chico ecoam pelo noticiário. É a mãe que morre em confronto entre traficantes e a polícia, no Rio de Janeiro. E se acabou no chão feito pacote bêbado; morreu na contramão atrapalhando o público. O desespero do marido, agora viúvo, e com uma filha de menos de um ano para cuidar. Amou daquela vez como se fosse a última; beijou sua mulher como se fosse a última.

Por esse pão pra comer, por esse chão pra dormir. A certidão pra nascer e a concessão pra sorrir.

Por me deixar respirar, por me deixar existir.

Deus lhe pague.

Amanhã, há de ser outro dia.

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