por Andréa Pontes
Roupa, travesseiro, em cores que ajudam a dormir bem
A ficção anda perdendo feio para a realidade. O brigadeirão envenenado com medicação à base de morfina. Receita adquirida na farmácia. Possível mentora do crime: uma cigana. A namorada, que ofereceu o doce com morfina ao namorado, devia R$ 600 mil a tal cigana. Tinha medo dos poderes da esotérica. E, assim, seguiu o plano. Parece um conto de terror. Mas, não, é a vida real. As pessoas andam com essas maldades. Garotos de programa foram flagrados, chantageando clientes. Assim, vemos pessoas querendo eliminar as outras. Aproveitar-se delas.
A gente resiste, porque não fomos criados para isso. Agregar deveria estar mais na moda. Está nos bastidores eternos, mas nem sempre chamada aos palcos, embora esteja sempre nos discursos. O que se viu, essa semana, no Congresso, foi lamentável. Discussões, provocações, tudo para ‘lacrar’ nas redes sociais. Luiza Erundina, uma referência política desse País, sentiu-se mal e está hospitalizada, em Brasília.
Certa vez, disse essa frase “eu prefiro colocar a cabeça no travesseiro e dormir com tranquilidade”. Muitas vezes, dizer isso custa caro. Na época, custou. Mas, não há preço que pague, isso eu posso garantir. Daí vem a resiliência, o riso, como Paulo Gustavo disse, antes de morrer, é um ato de resistência. As risadas com os amigos, a diversão e a roda de conversa aberta. Entre a ficção e a realidade, os risos são a resiliência em estado bruto.
Nem todo mundo sabe gerenciar os dias ruins. Infelizmente, é para poucos. É na crise que se abrem as melhores soluções. É no mar revolto que o bom marinheiro se forma. Olhar o que está além faz parte de uma boa cabeça de marinheiro. Por vezes, você é considerado o que pega o balão e não volta. Mas, vai além, olhar o todo e perceber que por trás de cada fortaleza, há algo a ser feito para mantê-la.
Tudo passa. O que fica é o bom e velho travesseiro e o saldo de cada dia.