por Andréia Pontes
Presente do 8 de março do filho ‘azul’ – sem preconceitos ou estereótipos
Queriam que ela fosse do lar, mas ela era do ler; com essa liberdade, ela era de onde quisesse ser. A frase é de Allê Barbosa, nascido em Ipiaú, do interior da Bahia. Autor do livro “Quando você for sua”. Taí uma boa meta para nós, mulheres.
A verdade é que somos muitas todos os dias. E, por vezes, não sobra muito tempo para sermos ‘nossas’. Aquele respiro, aquele minuto só seu, para você decidir o que quiser. Para jogar a culpa fora por deitar-se no sofá para assistir ao jornal com atenção.
O fato é que nos deixamos por último. A nossa facilidade em múltiplas telas no cérebro é uma guerra diária para fazer caber algo para nós mesmas. E para quem acha que é um spa caríssimo, uma dica – não vá por aí. Na verdade, mesmo, a gente só quer paz.
A paz de não precisar decidir quase tudo. A de ter uma igualdade na voz, na segurança, na integridade física. A gente só quer publicar uma foto sem ser julgada pelo corpo, pelo cabelo, pela maquiagem ou ausência dela. E ainda há o ‘tem de dar conta de tudo’. Não é mais possível. Não é algo sustentável. Nunca foi.
Abro um capítulo pelo lugar de fala – mãe atípica. O mundo ainda enfia goela abaixo empatia da nossa parte. Dificilmente, partindo do outro lado também.
Morgan Freeman, com sua voz inigualável, passou uma mensagem sobre voz interior. Sim, essa aí dentro de cada um de nós. Ele nos pergunta se a ouvimos como se deve. Sabemos que não. “Não deixe que ela se afogue em um mundo barulhento, porque no final, nenhum homem, mulher ou algoritmo sabe o que é certo para você”.
Que a gente tenha mais paz. Simplesmente ser e estar como bem quiser.
Tudo que nóis têm é nóis. Tá certo, Emicida.
#paz