Entre memes de cobertor de ursinhos e jogos do tigrinho, o Brasil melhora a nota da economia

O que se faz com esse cachorro? Aceito dicas.(foto de A.P.)

Penúltima quarta-feira de 2022. Para os incautos, hora para desacelerar. Mas, não para os brasileiros. Aqui, temos um noticiário que vai do jogo do tigrinho, passa por sequestro digno de série de streaming. Ainda faz a curva em uma novela que mistura noticiário policial pesado com algumas alegrias, a exemplo do amor livre entre Kelvin e Ramiro. Tem mais, nesse Brasil: temos um ator, uma ex-BBB e uma ex-jogadora de vôlei em A Fazenda. Uma Márcia Fu, conhecida implacável das jogadoras cubanas e que caiu no carinho dos brasileiros assumidamente por ser falsa. Uma falsidade tão aberta, que chega a ser risível. E isso encanta o Brasil, nesse momento.

Só aí chegamos à política e à economia. A grande notícia: a agência S&P, que avalia as economias do mundo, justamente para orientar quem quer investir nelas, melhorou a nota da nossa economia. É a primeira vez em 12 anos. Os destaques para tal resultado: a força da produção de commodities (produtos básicos globais não industrializados), melhor equilíbrio das instituições e menos dependência de empréstimos, sem falar na reforma tributária, um marco na economia brasileira. O Governo brasileiro, que completa um ano daqui a alguns dias, firma o compromisso de um orçamento mais enxuto. A meta é déficit zero. Ou seja, não gastar mais do que se arrecada. É desafiador. Mas, há uma sensação de casa tentando ser arrumada.

Ainda falta. São mais de 30 milhões de famintos no País. Mais de 10 por cento da nossa população. É muita, mas muita gente, sem ter o que comer. O Natal é daqui a cinco dias. O brasileiro é para lá de criativo. Vamos ter ceias fartas para poucos, vamos ter ceias colaborativas, vamos ter o pessoal que faz questão de um churrasco. O supermercado está aberto a todos. Há os que encherão os carrinhos, há os que só conseguirão levar as compras do mês com alguns itens nas mãos.

Em terra de Marcelinho carioca, de meme de cobertor de ursinho de pelúcia, há um país tentando quebrar desigualdades.

O saudoso Henfil diria “tô vendo uma esperança”.