A guerra vem nos fazendo olhar, menos assustados, ao dia a dia no Brasil. É, podia ser pior.
Mas, o Brasil continua não sendo para amadores.
Ainda ontem, víamos o resultado da CPMI do 8 de janeiro. Assistimos a uma seca sem precedentes na Amazônia. A Força Nacional chega ao Rio de Janeiro, algo que já é lamentavelmente normal na Cidade Maravilhosa. Fuzis são roubados de um quartel em Barueri. As chuvas persistem em Santa Catarina.
O mercado ainda observa o consumo em alta nos EUA – mais carros, mais restaurantes. O Federal Reserve, Banco Central norte-americano, deve manter os juros altos para moderar esse forte consumo. No Brasil, o setor de serviços recuou 0,9%. O Desenrola – projeto do Governo para ajudar os endividados –, as ações para prestações sem juros, as taxas em cima de compras internacionais mostram o nosso quintal ainda precisando convencer o consumidor (nós) a voltar a comprar mais. E baixar juros e dar mais poderio para o crescimento econômico é o que importa.
Na mira de todos os países e respectivos Bancos Centrais, que já carregam os persistentes efeitos do pós-pandemia, há a guerra. Oriente Médio significa petróleo e isso impacta o planeta inteiro. Guerra com sinais de que não vai acabar tão cedo. E, ainda, o estopim de um míssil em um hospital matando e ferindo centenas de pessoas, faz o caldeirão entornar de vez. O Governo brasileiro, que vem sendo elogiado pela ONU e sido referência em buscar mediação, viu sua proposta ter votação adiada. E já desabafa que há um risco enorme de outros países entrarem no conflito. Tudo o que se quer é que comida, água e dignidade cheguem para pessoas que já estão com uma refeição por dia e bebendo água salgada.
O mais cruel é que avançamos tanto materialmente, que estamos acompanhando tudo pela tevê – antes, já vimos em tempo real o início dos bombardeios dos russos na Ucrânia. Talvez muitos nem se lembrem, mas algo parecido se deu na Guerra do Golfo, via satélite, com narração de Peter Arnett e Bernard Shaw, da CNN. Estima-se que 100 milhões de pessoas, em um total de 100 países, assistiram à invasão do Iraque ao Kwait, em 1991. A guerra alcançava o patamar triste de espetáculo antes mesmo de o século XXI começar.
Hoje, é como se nós estivéssemos ao lado de argentinos, franceses, italianos, norte-americanos, russos, chineses em um grande estádio. No campo, israelenses e palestinos, acumulando mortes, relatos deprimentes de crimes de guerra, de pais perdendo filhos, de médicos morrendo porque estão tentando salvar outras vidas.
Chegamos a esse ponto. Somos incapazes de parar algo que obviamente vai contra a humanidade.
Que planeta é esse…
Peter Arjava, autor de livros de Reiki, disse em um deles que nós não viemos a terra como seres humanos. Mas seres potencialmente humanos. Cabe a nós, ao longo da estrada no planeta, construir a sua humanidade.
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