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Muita calma nessa hora

por Andréa Pontes

Flores combinam com piscina (foto A.P.)

Por vezes, são tantas notícias que os porquês precisam ter prioridade. Algo me chamou a atenção esses dias. O noticiário econômico. Ele é vital – e deveria ser leitura obrigatória de todos os brasileiros. Mas, entraríamos em décadas e décadas de história desigual de Educação.  Isso fica para outro dia.

O Jornal Nacional exibiu uma matéria brilhante, mostrando como o Produto Interno Bruto – o PIB – impacta as nossas vidas. O bom jornalismo vive. Amém. Ali, a reportagem desenha que o PIB é a soma de todas as riquezas do País. Se o telejornal explicou, é porque nem todos os brasileiros sabem o que significa a sigla – dica de quem é do ramo, acredite. Ali, mostraram que o setor de serviços cresceu e, como eles respondem por 70% da economia brasileira, esse 0.6% significa. Mais empregos. Com trabalho, a pessoa tem renda. E, com dinheiro, pode-se voltar a pensar em consumir. E, como o crédito continua com juros altos – ainda não caiu como deveria – o consumidor vai ao encontro de bens menos duráveis – alimentação é um deles.

A volta do crescimento da atividade econômica é resultado da indústria, que deu passos à frente e o agro não decepcionou tanto, recuando só um pouco. Para quem pensa que o positivo 0.9 é pouco, saiba que o Brasil ficou em sétimo lugar no ranking de PIBs em todo o mundo. Mesmo resultado obtido pela Romênia, mais do que a China e os Estados Unidos. Significa.

Também significa o uso dos verbos. “Supera” e “surpreende” mostram que o mercado é feito de especulações. Saber interpretar a informação é algo que todos nós devíamos sonhar em fazer. Não haveria tanto espaço para notícias falsas. O 0.9% a mais no último trimestre pode indicar ceias de fim de ano menos magras nas mesas brasileiras. Tomara.

Ainda temos muito a caminhar. Saiba que o 8 de janeiro ainda é notícia; ainda há trabalhadores sendo resgatados em condição análoga à escravidão. O caso da boate Kiss, dez anos atrás, ainda não terminou. Pessoas são agredidas por serem quem são. Há brasileiros sem um CEP, sequer endereço. Fraudes e recuperações judiciais. Golpes e mais golpes. É um tal do Banco do Brasil querendo me falar de prêmios (não tenho nem conta na instituição bancária), sem mencionar os prefixos 2802 e 5844 aparecendo no meu visor do aparelho celular.

É importante manter os olhos avisados. Até porque, vez em quando, o jornalismo raiz aparece. E vive.

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