por Andréa Pontes
O jardim da mamãe (A.P.)
Nos sustos da vida
O tempo. No Brasil, então, acelerado – que noticiário é esse, minha gente, que nos faz maratonar telejornais? Uma coisa é certa. A verdade. Ela sempre vem à tona.
De quem foi a ideia de termos esse tipo de agenda insana (+ noticiário insano)? Quem foi que disse que isso é glamour, é cool? Que dar conta é chique? O cuidar de si é sempre em horários extremos, porque o resto precisa caber. E quanto mais fazemos, mais coisas cabem. Onde vamos parar?
Eis que a vida nos paralisa. Uma mensagem é suficiente para nos congelar. Finalmente, vivenciamos aquele momento, no lugar de passarmos de instante a instante sem nos apegar a nada. A vida nos dá um puxão de orelhas.
Ela nos diz que aquela comida a mais vai fazer mal. Que respirar com calma é preciso. Que se cuidar é fundamental. Que as coisas só vão poder funcionar se estivermos em pleno funcionamento primeiro. Parece óbvio, mas, pelo visto, quase ninguém está sequer percebendo: damos mais importância às coisas do dia a dia do que à própria vida.
Grave, não?
Mas a vida nos ama – mesmo a gente detestando-a várias vezes ao dia. E ela nos dá umas sacudidas vez em quando. Aquela topada que faz o dedo mindinho inchar. Aquele empurrão que o popular “até pé na bunda nos leva para frente” traduz e desenha para a gente.
Estar presente em cada instante, o tal be present, é raro. O simples, o essencial – estamos distantes de tudo isso. Loucura. É mudar ou mudar.
Ficamos mais fortes. A que preço, só a gente pode negociar. É a nossa hora da verdade.
Que texto bonito e necessário em tempos tão acelerados!
Parabéns!