por Andréa Pontes
esse cara aí não quer briga com ninguém
(Andréa Pontes, que não sabe o lugar dela, fotografando a realeza, nosso lindo Yufi)
No silêncio das águas
Semana arrastada. É sexta-feira, o corpo já está no sábado. É cedo, o ciclone, o frio. Mas as águas da piscina, principalmente quando a gente mergulha nelas, transmitem a paz do silêncio. Hoje em dia, é ouro.
Reformas e ministros saindo, preço da carne em queda. Uma torcedora morre e abre uma ferida que já devia ter sido cuidada. Aliás, as feridas são como Eduardo Galeano, que fala das veias abertas da América Latina. São muitas coisas que estão vindo à tona. É preciso estar esperto, atento, principalmente a discursos vazios – que, por sinal, andam sendo expostos e pisoteados em praça pública (amém). O debate político ensina até os amadores.
Abro um parêntese para Dorival Júnior, técnico do São Paulo. Uma postura impecável – humildade, ética, profissionalismo. Grande dica para quem quer ser um grande líder. Ele me faz lembrar a vida, que me ensinou que carroça que faz muito barulho é porque anda vazia. Fecha parêntese.
Fecho a semana com o seu Michel, motorista de aplicativo. “Eu acordei hoje, às quatro da manhã. Tô vivo, respirando, fiz boas corridas até o aeroporto. Agora, eu vou voltar para casa, dormir. Depois, vou jogar bola com o meu filho”. Brasil, você sempre com gente movida à esperança e à gratidão.
Seu Michel me fez entrar em casa cantando Gonzaguinha. “Eu sei. Eu sei. Que a vida devia ser bem melhor. E será”.