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Num mar intranquilo

Paul Klee – 1924

O amigo que não vê série me pergunta acerca delas. Como responder sobre meu gosto por séries sem bancar a pobrezinha? Respondo e daí me arrependo.
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Há uma mudança minúscula. Eu, sempre com as antenas no modo Carcará Misterioso, capto. Uma minúscula mudança no tratamento, nos recados, no que se nota ou não, nas tentativas de contato, no tratamento. A vida, porém, essa instituição que nos odeia, ensina. No soco, mas ensina. Nunca mais me permitir vulnerável nas mãos de alguém cujos níveis de sadismo nao temos como aferir é um pacto que não pretendo quebrar.

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É terça-feira, mas se alguém quiser me mandar pra cama com ordens de não sair de lá té segunda-feira que vem, acatarei.

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A pesquisa do Klee caminha assustadoramente lerda, especialmente pralguém que tem o prazo que tenho. Estou apavorada? Sim. Mas não petrificada. Só lerda.

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Tá chovendo. Chovendo, chovendo, chovendo. Adoro. Adoro. Chove em mim todos os dias, chove lá fora também e as chuvas se encontram e o barulho de todas as chuvas do mundo escorrendo pela rua e trovoando no céu me deixa tão feliz. É como se eu pertencesse a alguma coisa. Não a alguém, mas a alguma coisa.

2 comentários em “Num mar intranquilo”

  1. tenho coisas assustadoras pra fazer, mas só a partir da próxima semana. mesmo assim, me sinto atrasada nelas. por outro lado, tenho coisas miúdas que posso fazer agora, mas como passar as coisas miúdas na frente das avassaladoras? ainda é terça? quero ir pra cama e esperar 2023.

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