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As cousas que lemos, eu morrendo sozinha todos os dias da minha vida, um almoço terrível, as escolhas que fiz e, claro, a pessoa que me tornei é exatamente a pessoa que eu nunca quis ser – isso aqui está um lamaçal de dor e queixas, vá embora, não se deixe enganar pela imagem fofa da caneca, não leia, não leia mesmo

Você lê umas coisas, se anima, vai pesquisar e ai-meu-deus, que babaca estio “olááááá, sou um coooomunicador!”. Eu vou morrer sozinha e a culpa é só minha.

Perdão pela rima

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Psicanalista e filho-de-não-sei-que-santo, assim se identifica o douto profissional. Nem sei mais, sério. Nem sei, nem sei. Nem sei.

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Como diz ali no título, que almoço terrível. Senhor. Nossa. Não mereço grande coisa, mas eu certamente merecia um almocinho melhor. Credo.

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Presidente novo na Petrobrás. Agora vai.

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“Mas você tem de estar preparada para isso, porque…”, tá, gênio da carreira alheia, gerenciador da crise alheia e guru das multidões, mas eu fico, sim, despedaçada, desesperada cada vez que um aluno para. Tipo hoje. Que vontade de chorar.

Você sabe que fez todas as escolhas erradas e é um merda na vida quando descobre que tem de ligar pro CVV pra choramingar com alguém. Não tou brincando, não.

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Nem a manteiga cara, aquela com salzinho dentro, tá manteiga de verdade. Não tem mais manteiga no universo, né? Talvez num rincão em Minas, um cara crie sua vaquinha e faça manteiga com o leite frequinho, só pra ele e, vá lá, prum vizinho querido.

Nem é só manteiga, é tudo, tou achando o gosto de tudo horroroso. Sou eu, eu sei, poupe o seu psicologês.

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Meus óculos inauguraram um novo jeito de me afundar financeiramente: tá caindo uma lente de cada armação. Você leva na ótica (óticas diferentes, porque lá pelas tantas você resolve que o problema é do profissional que cuida da bagaça), voltam lá os óculos bãozins, dois dias depois, pá, a lente desaba.

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Você passa dos cinquenta e se arrepende de cada uma das suas escolhas. Todas, todas, todas. “Não eu não, porque muita coisa que fiz considero…”. Olha, enfia essa falta de arrependimento na sua bunda. Digo isso com toda a cordialidade de que sou capaz.

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Meu irmão me liga pra pedir fotos prum livro que estão escrevendo sobre meu pai. Há uns dez anos, peguei todas as fotos da família que estavam comigo, botei numa caixa e enviei pra ele (muitas ficaram na casa do meu pai e a setembrina deve ter tacado fogo nelas no quintal e dançado pelada em volta, berrando e batendo no peito). Ou seja, tem uma caixa enorme de fotos na casa dele. Perdida.

Escolhas ruins, eu digo.

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Nunca mais vai deixar de ser calor insuportável e imbecil, acho. Nunca. Nem quando for frio de novo. Inferno.

2 comentários em “As cousas que lemos, eu morrendo sozinha todos os dias da minha vida, um almoço terrível, as escolhas que fiz e, claro, a pessoa que me tornei é exatamente a pessoa que eu nunca quis ser – isso aqui está um lamaçal de dor e queixas, vá embora, não se deixe enganar pela imagem fofa da caneca, não leia, não leia mesmo”

  1. De novo e mais uma vez, a senhora me faz chorar até a boca ficar quadrada…” a pessoa que me tornei é exatamente a pessoa que eu nunca quis ser”.
    Te amo sempre, mesmo na ausência.

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