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Casinha, Tesla, dias, pausas, título, uma velinha sempre brilhando para que eu não perca o caminho de volta

Às vezes o diarinho é um diarinho. Às vezes, é um diarão.

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Passar a tal ilha pro comando dos irmãos metralha seria uma coisa linda, vai ser o primeiro xópim a céu aberto especializado em putaria, garimpo, jogos de azar e cemitério para corpos indesejados e sem identificação.

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Quando a pessoa está completamente fora da casinha ela está completamente fora da casinha. Obrigada, de nada.

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Well, well, o gerenciador-de-mensagens-sem-lei assinou um termo dizendo que promete ser bonzinho e se comportar. Salva está a democracinha.

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Compartilho defeitos com todas as personagens dos livro que traduzo. A maluquice do Tesla e a minha são irmãs gêmeas. Nesse livro novo, além de todo o resto, a sra. L. e eu fomos privadas do entendimento básico de como funciona o mundo real. Sempre interessante observar como essas coisas se dão.

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Não raro, a pessoa está muito, muito além de ser alcançada. Não pode ser tocada, não mais. Ela está em algum lugar só dela. Só. Não raro, também, ela não saberia voltar, ainda que desejasse.

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A grande desvantagem de não conseguir dormir, para além de não dormir, é sentir cada maldito segundo do calor da madrugada. As madrugadas têm sido um pavor. O outono, seguindo o bom exemplo da sensatez, parece ter nos abandonado.

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Quando você lê um conto, um poema, um livro e tem lá um título e você garra falar mal do título, olha, para com isso. Agradeça aos céus o título do trem que você está lendo, porque dar nome para as coisas é dificílimo, dificílimo, sabe? Deus foi craque em deixar que Adão batizasse bichinhos. O que batizamos se torna nosso. Por isso, também, damos apelidos a quem amamos. Você tem um nome lá fora, mas tem um nome só meu, que só é usado aqui, entre nós, por motivos que não importam, não deveriam importar, a ninguém além de nós.

Adão batizando alguns dos animais é uma parte da história ue me deixa doida, ninguém dá nome pruma coisa, digamos, ornitorrinco, fácil daquele jeito. Tendo em mente, inclusive, que Adão sabia ainda menos latim e grego do que nós. Dificílimo dar nome pras cousas e, claro, o que nos mata é que as cousas precisam dum nome. A criatura do doutor Frankenstein ficou revoltada daquele jeito por quê? Eu lhe digo por que, porque o nem-tão-bom doutor não lhe deu um nome. Tudo que existe precisa de nomes, mesmo os textos que você deseja que não existam.

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*Capitão Robert Walton:* Quem é você?

*Criatura do dr. Frankenstein:* Ele nunca me deu um nome.

*Capitão Robert Walton:* Por que você está chorando?

*Criatura:* Ele era meu pai.

***Tá aqui no 4:16, com os belíssimos De Niro, Branagh e Quinn e quem não gosta desse livro não entende nada da vida. O mesmo vale pra esse filme.

2 comentários em “Casinha, Tesla, dias, pausas, título, uma velinha sempre brilhando para que eu não perca o caminho de volta”

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